Como fica o Tesouro Direto em tempos de pandemia?
Como fica o Tesouro Direto em tempos de pandemia? Com relação aos impactos econômicos provocados pelo novo coronavírus, o mais importante a saber sobre o Tesouro Direto é que nada muda em termos de segurança e liquidez, pois as regras não são afetadas pelas circunstâncias. Isso quer dizer que os diferentes tipos de […]
Como fica o Tesouro Direto em tempos de pandemia?
Com relação aos impactos econômicos provocados pelo novo coronavírus, o mais importante a saber sobre o Tesouro Direto é que nada muda em termos de segurança e liquidez, pois as regras não são afetadas pelas circunstâncias.
Isso quer dizer que os diferentes tipos de títulos negociados no Tesouro continuam sendo garantidos pelo governo brasileiro e tendo liquidez diária.
O que realmente precisa ser avaliado com cuidado é a rentabilidade que, por se tratar de investimento em renda fixa, está atrelada a indicadores ou previamente fixada.
Tesouro Selic
A opção mais popular do Tesouro Direto é o Tesouro Selic, que, como o próprio nome sugere, rende de acordo com a taxa básica de juros do Brasil, a Selic. Assim, quando a taxa está em patamares baixos, como agora, a rentabilidade do título é menor do que quando está em alta.
Essa oscilação da Selic se dá em função daquilo que o Banco Central, por meio do Copom, entende como necessidade da economia no momento, pois a Selic interfere no desempenho de todas as outras taxas praticadas no Brasil, direta ou indiretamente.
Por conta da crise atual, o Copom vem reduzindo a taxa de juros constantemente, fazendo com que a rentabilidade da Selic diminua. Mas vale lembrar que este é um ativo mais adequado para objetivos como a formação de reserva financeira do que a busca por altas rentabilidades.
Tesouro IPCA+
Essa opção do Tesouro Direto é atrelada à inflação. Trata-se de um título de categoria híbrida porque seu rendimento acompanha o índice que mede a inflação no país (o IPCA) acrescido a uma taxa pré-determinada.
Em relação ao Tesouro IPCA+, o mais importante é que o investidor tenha em mente que ele serve muito bem para preservar o poder de compra do seu dinheiro em longo prazo.
Ou seja, como foi criado para render sempre uma porcentagem acima da inflação, o IPCA+ evita que as constantes oscilações da moeda nacional façam com que o investidor perca dinheiro.
Esse é um grande diferencial para estratégias de médio e longo prazos, sendo mais notado nos momentos em que a moeda perde valor, como o que ocorre agora.
Não por acaso, de acordo com a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), o Tesouro IPCA+ tem se destacado entre os títulos públicos federais, uma vez que as chamadas NTN-B’s com vencimento de até cinco anos acumulam alta de 2,03% no ano.
Tesouro Prefixado
A opção prefixada do Tesouro Direto remunera de acordo com o valor determinado no ato da compra.
Assim, se o investidor adquire papeis com rentabilidade de 8% ao ano, é exatamente isso que ele receberá como juros por seu investimento, não importando o que acontecerá com a economia.
A ideia é que o Tesouro Prefixado seja uma alternativa interessante para momentos de incertezas, como quando a taxa Selic está em baixa.
Em tese, sabendo que a Selic não vai render acima de 3%, por exemplo, o investidor tem como garantir uma rentabilidade maior sem que precise correr riscos.
A queda da Selic tem sido recorrente nos últimos anos, o que permite ao Tesouro Prefixado se apresentar como uma opção válida, de acordo com esse raciocínio.
Considerando o cenário recente, o Tesouro Prefixado pode ser uma solução para quem deseja investir em renda fixa e ter uma rentabilidade superior a outros títulos pós-fixados, embora não haja proteção garantida à inflação.
Como investir bem
A regra é investir de acordo com objetivos financeiros de curto, médio e longo prazos. É importante que o investidor tenha mapeado o seu perfil, de maneira que a busca por ativos no mercado respeite suas características principais. Consequentemente, encontrará os mais indicados em termos de segurança, liquidez e rentabilidade.
O primeiro passo costuma ser a formação de uma reserva de emergência em soluções líquidas e seguras, ainda que não muito rentáveis, como é o caso do Tesouro Selic.
Somente em um segundo momento, com a reserva já pronta, passam a ser recomendadas aplicações consideradas moderadas e arriscadas, aquelas que exigem maior tolerância ao risco e conhecimento mais aprofundado do mercado de investimentos.
O Tesouro IPCA+ e o Prefixado também permitem resultados interessantes dentro dessa lógica. Geralmente, esse entendimento acaba sendo a melhor maneira de investir bem, independentemente da pandemia, que afeta a rentabilidade em menor ou maior grau, mas não muda a natureza dos ativos como um todo.