Saiba como foram as primeiras horas do julgamento de Everton Balbinott
Júri popular de acusado de assassinar Bianca Wachholz iniciou por volta das 9h40
Pouco mais de uma hora após o início do julgamento, o júri popular de Everton Balbinott de Souza, acusado de matar ex-namorada Bianca Wachholz, 29 anos, já foi marcado por reviravoltas.
Acompanhe linha do tempo ao vivo com o andamento do júri popular.
Logo após a organização do tribunal, o advogado de defesa do réu, Jeremias Felsky, tentou impedir a realização do julgamento justificando que há outros processos correndo. “Poderia prejudicar a imagem do tribunal. Temos que aguardar o julgamento de mandado de justiça requerido pelo próprio Ministério Público”, explicou.
O promotor Odair Tramontin, responsável pela acusação, se posicionou contrário à sugestão. “Tratam-se de questões meio, não questão fim. Não há indicativo de nulidade. Não haverá prejuizo ao acusado”, afirmou.
A juíza Cibelle Beltrame indeferiu o pedido da defesa alegando que “os jurados hoje convocados, independente de qualquer situação no âmbito recursal, são os juízes naturais da casa, e devem ser respeitados”.
Dos 35 nomes apontados para serem integrantes do júri, apenas 21 compareceram. Os faltantes receberão multas de um salário mínimo. Dentre os sete membros sorteados, cinco são mulheres e dois homens.
Primeira testemunha
Julia Gonçalves, amiga de Bianca, foi a primeira testemunha ouvida. Apesar de ter se distanciado da vítima no início do relacionamento, ela conheceu Everton cerca de cinco meses depois.
Ela relata que o relacionamento que começou tranquilo logo teve brigas sérias. Ele tinha ciúmes de todos, até mesmo de Julia, e tinha acesso ao celular de Bianca e senhas das redes sociais dela.
“Ele não ia trabalhar pra ficar em casa vendo com quem ela falava ou o que ela fazia. No emprego antigo dela, ela contou que o Everton chegou a entrar na empresa pra ver se tinha algum homem perto dela”, relatou.
Na descrição de outra briga que envolvia ciumes, Julia contou que Everton prendeu a cabeça de Bianca entre as pernas e arrancou o aplique de cabelo e socou a namorada. “Não vi as agressões, mas vi as feridas no dia seguinte”, contou.
Segundo ela, Bianca tinha medo de procurar a polícia. “[Everton] Queria ouvir tudo, controlava o WhatsApp, ouvia até conversa atrás da porta”. Julia ainda relatou que ele chegou a mostrar para ela a arma que teria sido usada no crime, pois ela ficava no apartamento dos dois.
“Depois ele me mandou um áudio. ‘Matei a Bianca’. Eu disse pra ele não brincar com uma coisa dessas”, disse ao final das perguntas da promotoria.
Perguntas da defesa
O advogado de Balbinott iniciou as perguntas a partir do estado de saúde mental do réu: “você chegou a indicar uma psicóloga para o Balbinott?”. Felsky chegou realizar três pedidos de exames de sanidade mental do cliente, alegando que ele sofria de distúrbios psicológicos.
Em seguida, Felsky pediu para Julia confirmar que Bianca visita um ex-namorado no Presídio Regional de Blumenau. De acordo com o advogado, ele está detido por tráfico de drogas.
“Teve uma vez que eu vi ele ouvindo a conversa da Bianca com uma amiga atrás da porta do banheiro. Ele bateu na porta e falou ‘olha o cochicho…'”, acrescentou Julia.