Sobre as visitas escolares, sabemos todos da sua extrema importância como recurso didático-pedagógico auxiliar de grande impacto nas mentes e corações de todas as crianças e jovens. Nem sempre é fácil conseguir alugar um ônibus que transporte os alunos, só para mencionar uma dificuldade que sequer deveria existir, mas, existe.

Sendo um evento relativamente raro nas atividades escolares, então, que seja otimizado ao máximo. Por exemplo, os professores podem destacar a impressionante massa de florestas nativas que, no caso de Blumenau, cobre a maioria dos morros ao redor da cidade. Lembrar que na sua quase totalidade, essas matas já foram exploradas no passado e estão em processo de recuperação natural.

Professores que se prepararem antes de deixar a escola. Podem mencionar que tudo originalmente era floresta virgem, que em grande parte fora derrubada para dar lugar a lavouras, pastagens e à própria cidade e apontar para morros cobertos de mata atlântica, que há 50 anos eram pastagens. Nesse momento, mostrar uma foto antiga do mesmo morro que os alunos avistam causa grande impacto positivo.

Os professores podem também apontar o “morro da Companhia Hering”, visível de inúmeros ângulos da cidade e lembrar que ali tem uma reserva florestal nativa de 450 hectares. Lá sobrevivem até hoje cerca de 100 hectares de florestas primárias (“mata virgem”), tal qual era quando da chegada dos primeiros imigrantes, em 1850, em pleno miolo da área mais densamente habitada do município, envolvida que é pelos bairros Garcia, Centro e Velhas.

Lembrar a importância dessas matas para o equilíbrio ecológico, com proteção da biodiversidade, proteção de importantes mananciais, proteção contra deslizamentos de encostas, e por aí vai (não falar demais, sem parar, pois, aí os alunos cansam, claro!).

Visitas a estações de tratamento de águas são importantíssimas. Caso essa visita seja na ETA IV, no bairro Progresso, por exemplo, não custa chamar a atenção dos alunos para a qualidade da água que chega do rio Garcia. Geralmente é cristalina, a ponto de seu aspecto, se ambas as águas, de entrada e saída depois de tratada, observadas em alguns copos, serem de difícil distinção, se o aluno não souber que água está em cada copo.

Lá junto aos tanques de tratamento, lembrar que a água cristalina que ali chega levada pelas bombas hidráulicas assim o é graças à preservação propiciada pelo Parque das Nascentes, englobado pelo Parque Nacional da Serra do Itajaí. Não custa apontar para o morro Spitzkopf, visível e ali perto, coberto de florestas nativas e que faz parte desse Parque Nacional.

Antes da visita às ETAs, se for possível marcar um horário que coincida com a lavagem dos filtros de areia, melhor ainda: os alunos se impressionarão com o espetáculo da reversão, onde verão os filtros de areia sendo lavados do lodo e sedimentos ali deixados pela filtragem e que deixam de entrar na canalização, permitindo sair a água limpa nas torneiras das casas de cada um.

Se a visita for à ETA I ou ETA II, por exemplo, que captam água direto do rio Itajaí, geralmente (e patologicamente) barrentas, lembrar que assim o é devido à enorme erosão que existe no Vale. Erosão esta causada pelas chuvas, porém, somente em terrenos urbanos ou rurais em que não há florestas ou sem o devido cuidado com a conservação e proteção dos solos, por exemplo.

Se os mesmos alunos puderem, além de visitar a ETA IV que capta água cristalina do Garcia também visitarem uma das duas outras ETAs que captam água do anormalmente barrento rio Itajaí, comparando as duas situações, melhor ainda.

Junto a ETA I, a mais antiga da cidade, também existe o Museu da Água. Se neste museu constar um painel didático mostrando o Ciclo da Água na Natureza, ali será o momento dos professores tratarem do importante tema “de onde vem a água que bebemos”, ampliando a percepção de que essa água não vem simplesmente dali, do rio, mas, de algo muito maior e mais amplo.

Como se vê por esses exemplos, uma visita escolar pode ter resultados enormemente amplificados, com o mesmo custo de dinheiro e de tempo. As boas professoras e professores sabemos que procuram fazer isso, orientados pela Coordenação Pedagógica de cada escola. Tomara que logo sejam todos.

Foto obtida com em péssimas condições de luminosidade no final do dia, na estrada particular que dava acesso ao morro Baú. Da esquerda para direita, Osmar Packer, Roberto Santiago, Paulo Fernando Bacca, Maurício Olegário (in memoriam) e Roland Nietsch, depois de certo tempo perdidos na floresta e o meu velho Jipe Willys ano 1957. O Parque Botânico Morro Baú foi obra pioneira do Padre Raulino Reitz, que adquiriu e preservou a área que hoje está instituída como Parque Natural Municipal Morro Baú de Ilhota. Que sua implementação aconteça o mais rápido possível, para o bem do Meio Ambiente e do turismo “ecológico” responsável, atividade que cresce ano a ano no Brasil. Foto Lauro E. Bacca, em 14 de julho de 1974.


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