X
X

Buscar

Como um cabeleireiro argentino encontrou em Blumenau o espaço para o empreendimento que sonhava

Casa Peluqueria é autêntico salão de beleza em casarão histórico

A Casa Peluqueria, que tem o Casarão Willy Sievert como sede, é o sonho realizado do cabeleireiro argentino Miguel Estelrich. O autêntico salão de beleza, localizado na rua Presidente Getúlio Vargas, no Centro de Blumenau, é onde ele libera todo o poder de transformação que cultiva há décadas.

No espaço são oferecidos diversos serviços de beleza, sendo que a maior procura é por cabelo e maquiagem para eventos nos fins de semana. Já em dias de semana, a demanda cresce para cortes e colorações. Estelrich define a coloração como o “carro chefe” do salão e acredita que isso se dá pelo trabalho em conjunto com a marca Wella Professionals.

Casa Peluqueria, localizada no Centro de Blumenau. Foto: Casa Peluqueria/Divulgação

O “look total”

Na visão do cabeleireiro, os profissionais da beleza precisam conseguir entregar uma produção completa para os clientes e, segundo ele, o diferencial da Casa Peluqueria está justamente nesta capacidade de fazer um “look total”.

“Eu adoro fazer tudo. A cor, maquiagem, o corte e o styling em uma única cliente. É assim que percebo o verdadeiro poder que o cabeleireiro tem de transformar as pessoas, exteriorizando a beleza que eu acredito que todos temos”, afirma.

Cabeleireiro e proprietário da Casa Peluqueria, Miguel Estelrich, atendendo uma de suas clientes. Foto: arquivo pessoal

Descobrindo um poder

Cabeleireiro há quase 40 anos, Estelrich conta que encontrou a paixão profissional aos  14 anos. Mesmo jovem, ele garante ter encontrado um poder que utiliza até hoje: o de transformar pessoas.

Segundo o profissional, tudo começou quando um grupo de amigos decidiu fazer um curso de cabeleireiro e o convidou. Por pura curiosidade, o adolescente aceitou para “ver no que dava”. A conclusão da aventura foi a descoberta de um talento e o início de uma carreira de sucesso.

Casa Peluqueria/Divulgação

Da Argentina para Blumenau

Nascido na cidade de Mendoza, o argentino confessa que sempre teve o sonho de morar no Brasil. Antes de se mudar, ele vivia com um amigo brasileiro em Buenos Aires e, certa vez, mencionou o desejo de vir para o país. Por coincidência, ele tinha uma amiga dona de um salão de beleza em Blumenau.

Com a ajuda do brasileiro, que foi o responsável por fazer contato entre Miguel e a dona do empreendimento, o cabeleireiro estava na nova cidade em cerca de três meses depois. Ele diz que, apesar de Blumenau ter a fama de ser uma cidade “fechada”, o processo de adaptação foi tranquilo e encantador.

“Eu acredito que a minha profissão, por lidar com beleza e com autoestima, fez com que eu fosse super bem recebido. No início, claro, foi mais difícil porque eu não falava português. Mas, aos poucos, fui aprendendo e me entendendo com as pessoas”, relembra.

Cabeleireiro e proprietário da Casa Peluqueria, Miguel Estelrich. Foto: arquivo pessoal

O próprio espaço

O profissional revela que, apesar de sempre ter tido o sonho de construir seu próprio espaço, só percebeu o potencial da ideia quando saiu do salão de beleza onde trabalhava como funcionário e se deparou com a procura de algumas clientes por seus serviços. Para atender a demanda, Estelrich começou a atendê-las na residência dele.

“Quando você estuda beleza e começa a trabalhar na área, você sempre tem o sonho de ter seu próprio espaço porque você idealiza como você vai atender seu próprios clientes e todo o serviço”, afirma.

A medida que o tempo passava, a procura aumentava e o local logo ficou pequeno. Então, em 1999, ele decidiu alugar uma sala na rua XV de Novembro, em cima da relojoaria Baier. Porém, o salão ainda não se chamava Casa Peluqueria, mas apenas Peluqueria. Depois, o empreendimento mudou para uma casa antiga no bairro Bom Retiro.

“Na Argentina eu sempre trabalhei em salões de terceiros, meu salão próprio só surgiu em 1999. Ainda que nosso primeiro local tenha sido uma sala comercial, sempre me encantava as casas aqui da cidade e pensava nelas para um salão. Especialmente as casas antigas, porque gosto de reformá-las e poder colocar também minha identidade”, explica.

Casa Peluqueria, localizada no Centro de Blumenau. Foto: Casa Peluqueria/Divulgação

A Casa Peluqueria

O nome “Casa Peluqueria” surgiu em 2010, quando o Casarão Willy Sievert passou a ser a sede do salão de beleza. O local já era conhecido por Miguel por ser propriedade do avô de Sávio Abi-Zaid, que é um dos arquitetos dele.

Quando a antiga casa do avô estava vaga, Sávio comunicou o cabeleireiro para avaliar o interesse de fazer o local se tornar o novo espaço de transformação do profissional. De acordo ele, foi amor à primeira vista: “no momento em que entrei nela eu senti que era aqui”.

O que o admirou Estelrich foi a autenticidade do espaço, que ele sente fascinar também os clientes. “As pessoas se encantam muito com o espaço e com a história da casa. Ela em si é maravilhosa e, sempre que podemos, contamos um pouco da história daqui”, relata.

Casarão Willy Sievert, que hoje é sede da Casa Peluqueria. Foto: Casa Peluqueria/Divulgação

Experiência única

O cabeleireiro conta que já teve oportunidade para abrir salões em outras cidades, no entanto, diz não saber se colocaria a ideia em prática, pois acredita que o espaço da Casa Peluqueria seja único. Ele afirma que se em algum momento tiver que sair do local, mudaria o nome da empresa.

“Continuaria com Peluqueria, mas sem usar ‘Casa’, pois a palavra se refere especificamente a esse espaço que mexeu muito na minha vida, porque além de ter tido a possibilidade de realizar um sonho, é também algo único”, ressalta.

Dentre as oportunidades recebidas pelo profissional, estava a cidade de Curitiba. Porém, ele reforça: “não troco esse lugar por nada”. Durante as viagens de trabalho que realiza, Estelrich conhece muitos salões de beleza, mas afirma com tranquilidade que a Casa Peluqueria é especial.

“Está no nome ‘Casa Peluqueria’, e sem este ambiente com certeza não seria a mesma experiência. Conheço vários salões pelo mundo e vejo o quanto esse é especial”, finaliza.

Confira a história do Casarão Willy Sievert