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Comoção e depoimentos fortes: como foram primeiras horas do julgamento do assassino da creche Cantinho Bom Pastor

Sessão começou por volta de 8h30 desta quinta-feira, 29

Na manhã desta quinta-feira, 29, por volta de 8h30, deu início o julgamento do assassino da creche Cantinho Bom Pastor, em Blumenau. Ele é acusado de matar quatro crianças e ferir outras cinco. Saiba agora o que ocorreu nestas primeiras horas do rito do juri, que deve se estender ao longo de todo dia, com possibilidade de ser finalizado também apenas na sexta-feira, 30.

O primeiro a ser ouvido em todo o procedimento foi o delegado do caso, Rodrigo Raitez. Ele contou os detalhes do dia do crime, 5 de abril de 2023. Raitez falou, por exemplo, que o assassino disse a ele que entrou na creche por que queria matar crianças, que seria algo mais fácil. Antes de entrar no CEI ele ainda foi para uma academia, e pagou a mensalidade.

Além de um machadinho, o assassino usou um canivete. Os promotores e advogados que auxiliam a acusação também apresentaram as armas utilizadas no crime.

Armas utilizadas no crime, apresentadas pelo advogado Rodolfo Warmeling. Foto: Marlos Glatz/O Município Blumenau

Segundo o delegado, o acusado fazia parte de grupos de seita nas redes sociais. Além disso, fez pesquisas de machado na internet. O delegado relatou que o assassino utilizava anabolizantes, como trembolona, além de cocaína. “Desde o início, se mostrou calmo, frio e sem remorso algum”, destaca o delegado

Em seguida, um policial civil da Divisão de Investigações deu seu depoimento. Segundo ele, o assassino afirmou: “Logo você vai ficar sabendo”, ao se entregar no batalhão da Polícia Militar. O acusado não relatou qual crime havia cometido, apenas que era “algo grande”.

“Ele falou que queria matar no mínimo 30 crianças. Não consegui levantar o pano para ver as crianças”, ressalta o policial. Emocionado, contou que em 10 anos nunca imaginou viver um momento desse.

Ao fim do depoimento do policial, a mãe de uma vítima – que ficou ferida, mas não faleceu – deu sua versão dos fatos. Entre os detalhes relatados pelo seu filho, ela explica que ele achou que era uma brincadeira. “Ele se escondeu atrás da árvore, achando ser uma brincadeira”. “Tô com saudade do amigo”.

A mãe relatou também que o filho relembra de Enzo, uma das vítimas, às vezes. O caso também gerou alguns traumas. Ele fica assustado ao ver sangue e ocasionalmente lembra do homem, achando que ele vai voltar para pegá-lo.

Em seguida houve o relato de uma profissional da creche. Muito emocionada, ela explicou alguns detalhes, como o fato de que Larissa Maia Toldo, uma das vítimas fatais, não ia durante a manhã para a creche, porém naquele dia foi a primeira vez que precisou ir.

Ela também afirmou que ouviu de uma professora que ele não queria atacá-las, apenas as crianças. A auxiliar de classe conta que não viu o ataque, apenas as crianças feridas e o homem pulando o muro para fugir.

Testemunha de defesa

Ainda na parte da manhã, uma testemunha da defesa foi chamada. Tratava-se de um conhecido do autor dos crimes, que afirmou, em seu depoimento, que o envolvimento com a cocaína transformou negativamente a vida do acusado.

“Era uma pessoa e com a droga virou outra”, destacou a testemunha. Ele contou que, antes das drogas, a amizade era normal. Porém, após a cocaína, o acusado mudou bastante.

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