No último artigo falamos sobre o avanço de diversas tecnologias, que mesmo tendo sido criadas a décadas atrás só se tornaram populares nos dias atuais, devido principalmente ao crescimento exponencial da capacidade computacional.

Uma dessas tecnologias é a computação em nuvem, termo comumente utilizado em inglês como Cloud Computing. O conceito existe desde a década de 1960, e o termo “Cloud Computing” foi utilizado pela primeira vez em 1997. Porém, foi com a criação da AWS em 2006, uma empresa da Amazon que nasceu com o intuito de oferecer serviços de infraestrutura de TI por meio da nuvem, que a “Cloud Computing” finalmente deslanchou.

E o que a computação em nuvem tem a ver com o boom das Startups?

Antes da computação em nuvem, desenvolver qualquer sistema de computador era algo bastante caro e demorado. O desenvolvimento de um software exigia a compra de equipamentos como servidores, licenças de banco de dados e ferramentas de desenvolvimento.

Toda essa infraestrutura inviabilizava a aplicação de diversas ideias apenas pelo custo e esforço de início.

Para os mais corajosos e afortunados que conseguiam transformar suas ideias em alguma solução, surgia outro desafio, a distribuição.

Como o custo de desenvolvimento era alto, o preço de venda normalmente não era dos mais acessíveis.

Especialmente em casos B2B, onde empresas desenvolvedoras de software vendiam seus produtos para outras empresas, estes clientes também precisavam de uma infraestrutura específica, aumentando ainda mais o custo de um projeto.

Menores custos e projetos mais ágeis

Com o avanço da computação em nuvem e da velocidade de internet, toda a forma de desenvolvimento de software mudou.

Hoje, qualquer pessoa pode criar uma conta na AWS, Google, Microsoft ou outro fornecedor, criar um servidor virtual de praticamente qualquer aplicação e começar a desenvolver um software em minutos. Tudo isso com custo zero.

Todos os principais fornecedores de computação em nuvem trabalham com o conceito de Free Tier, ou seja, fornecem os serviços de graça até um determinado consumo. Este modelo incentiva os desenvolvedores a testarem suas hipóteses e até mesmo a atraírem os primeiros clientes.

Toda a arquitetura de software também evoluiu para um conceito de micro serviços, permitindo que um empreendedor reutilize vários serviços prontos disponibilizados em nuvem, para que foque essencialmente nas principais funcionalidades do seu produto.

Com toda essa facilidade, a venda e distribuição de software também se tornou muito mais fácil e barata. Além de um custo muito menor de desenvolvimento, os clientes também consomem o software em nuvem, sem necessidade de manter uma infraestrutura de tecnologia interna, o que reduz custo e agiliza a implantação de qualquer projeto.

Boom das Startups

E foi justamente a partir dessa evolução que começou esse boom de Startups que não para de crescer. A computação em nuvem permite que qualquer pessoa com uma ideia possa desenvolver e aplicá-la sem custo e de forma muito rápida.

Hoje, somente no Brasil existem mais de 14 mil Startups, sendo que 30 delas já foram batizadas de Unicórnios. Esse é o termo usado para Startups que tem seu valor de mercado avaliado em pelo menos 1 bilhão de dólares.

Muitas das ferramentas que usamos no dia a dia jamais existiriam sem a computação em nuvem. Um grande exemplo são as plataformas de streaming, como Netflix, Prime Vídeo e Disney Plus. Só para se ter uma ideia, a Netflix consome mais de 100 mil instâncias de servidor na AWS.

A computação em nuvem tem como uma das principais características o poder de escalabilidade. Por isso empresas como Uber e Youbute só conseguem crescer rapidamente nessas estruturas. A necessidade de mais servidores cresce rapidamente conforme mais usuários passam a usar cada ferramenta, e com Cloud Computing esse crescimento é automático. Isso faz com que as empresas mantenham o foco no negócio e não na infraestrutura.

Democratização do desenvolvimento

Podemos dizer que a computação em nuvem democratizou o desenvolvimento de software. Permitindo que qualquer empreendedor crie uma empresa apenas com um computador e acesso à internet.

O diferencial de um negócio deixou de ser a capacidade de investimento. Agora, sai na frente quem tem a capacidade de encontrar um problema real e se criar uma solução atrativa.

O primeiro passo está mais fácil, porém, é claro que existem diversos outros desafios, como a capacidade de monetização, distribuição, criação de times e por aí vai.

Para isso, existe toda uma cadeia de apoio a inovação e Startups, que abordaremos nos próximos artigos.

Por enquanto, aproveite o poder da computação em nuvem para transformar suas ideais em negócios.

– Assista agora:
Sargento Junkes fala sobre haters, Reino do Garcia e problema de saúde