Conheça a história do lutador de jiu-jitsu que vende paçocas nas sinaleiras de Blumenau para competir

Marcos Alexandre de Souza Barbosa tem apenas 20 anos e cultiva o sonho de dar uma vida melhor para a família através do esporte

Marcos Alexandre de Souza Barbosa é um morador de Blumenau, de 20 anos, que dedica a vida ao jiu-jitsu. Natural de Manaus, no Amazonas, a história dele com a arte marcial iniciou quando tinha apenas oito anos.

Atualmente, o lutador faz parte de um projeto social de atletas em Blumenau, que o auxilia a viver do esporte. Para arrecadar dinheiro e participar das competições, Marcos vende paçocas nas sinaleiras da cidade.

Foto: Arquivo pessoal

História com o jiu-jitsu

Ainda quando criança, Marcos precisou parar de se dedicar ao jiu-jitsu devido a questões financeiras. Aos 15 anos ele foi morar com o pai no município de Porto Velho, em Rondônia, e lá, aos 16, começou a treinar com o irmão. Segundo ele, essa foi a época em que passou a amar verdadeiramente o esporte.

Os meninos treinavam através do projeto social Leão de Judá, que possui uma aliança com uma cadeia de competição conhecida mundialmente, chamada GFTeam (Grappling Fight Team). A partir disso, Marcos começou competir profissionalmente.

Foto: Arquivo pessoal

A busca do sonho em Blumenau

Em maio de 2022, o lutador se mudou para Blumenau a fim de ficar mais próximo das grandes competições, que acontecem no Sul e no Sudeste. Aqui na cidade, ele participa do Projeto Ucla e treina de segunda a sexta.

“Eu vim para Blumenau por ficar mais perto das competições importantes (…) Só quem é do Norte sabe o quanto é difícil para viajar de lá para lutar nessas competições que acontecem em SP, RJ e SC”, explica.

O jovem conta que os pais não possuem condições financeiras para ajudá-lo a viver do esporte, porém, o projeto Ucla o permite seguir em busca de seu sonho. Os atletas participantes ganham moradia e uma ajuda com itens básicos de alimentação, como arroz, feijão, macarrão e proteína.

Foto: Arquivo pessoal

Nas sinaleiras da cidade

Na casa, Marcos vive com o irmão e mais seis atletas do projeto. Para conseguir dinheiro para as competições e demais necessidades, ele, o irmão e mais dois amigos vendem paçocas nas sinaleiras, das quintas-feiras aos sábados.

“A gente vende a paçoca, mas tem muita gente que ajuda, né? Tem muitas pessoas que ajudam bastante, que dão R$ 20, 10, às vezes R$ 50 ou R$ 100. É mais difícil, mas tem muitas pessoas que ajudam”, conta.

Foto: Arquivo pessoal

Conquistas

Em Porto Velho, Marcos afirma que era o primeiro do ranking e que ganhou todas as competições que haviam lá. Dentre as conquistas em Santa Catarina, ele destaca o terceiro lugar no Campeonato Brasileiro de Jiu-Jitsu em 2021, e o segundo lugar em 2022.

Um propósito no esporte

Marcos conta que o maior sonho dele no esporte é ser campeão mundial. Porém, o seu propósito é dar o melhor para a família, ajudar as pessoas que ama e, também, auxiliar as pessoas que precisarem de apoio no jiu-jitsu e em outros esportes.

“Eu vou falar para você como eu digo para todas as pessoas que me perguntam.
Eu não escolhi o jiu-jitsu, ele que me escolheu. Eu vi que também através do jiu-jitsu eu posso dar uma vida melhor para a minha família”, explica.

A desvalorização

Marcos diz que Blumenau uma cidade com boas oportunidades, porém, reitera que no Brasil, o esporte, de forma geral, é muito desvalorizado. O principal objetivo atual do atleta é tirar o visto para os Estados Unidos, para poder sair do país.


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