Conheça a micropigmentadora de Blumenau que reconstrói autoestimas disfarçando cicatrizes cirúrgicas
Ela também faz projetos sociais gratuitos para pacientes do SUS
Natural de Blumenau, Ana Paula Bomsenhor, de 33 anos, é micropigmentadora e trabalha com tatuagem paramédica há nove anos. “Acredito que a transformação da dor em amor é a essência do meu trabalho”, ela afirma.
A tatuagem paramédica consiste em utilizar pigmentos para reconstruir ou disfarçar cicatrizes, auxiliando os pacientes a reconquistar a confiança e autoestima. Assim, pessoas que fizeram mastectomia, cirurgias reparadoras ou estéticas podem reconstituir e diminuir os impactos das cirurgias em seus corpos.
A micropigmentadora Ana Paula afirma que seu objetivo é ir além da técnica e da restauração física. Ela expressa que “é uma experiência emocionalmente positiva, repleta de cuidado e empatia. É uma oportunidade para essas mulheres se olharem no espelho e se sentirem completas novamente, recuperarem a autoestima depois de um processo tão doloroso. É encerrar um ciclo de luta e dor com cor e arte. É ressignificar histórias”.
Ana Paula atende em um estúdio, anexado a Good Vibe Tattoo Club, que está localizado na Avenida Brasil, 256, no bairro Ponta Aguda, em Blumenau. A micropigmentadora também tem um projeto social chamado “Seja Forte e Corajosa”, que realiza tatuagens de aréolas de forma gratuita para pacientes que fizeram todo o tratamento de câncer de mama pelo SUS.
Para mais informações e para conhecer o seu trabalho, acesse o Instagram.
Depoimentos
“Após a cirurgia de mastectomia, a tatuagem de reconstrução dos mamilos e aréolas trouxe uma sensação incrível de renascimento. Cada traço realista não apenas restaurou a estética, mas também reacendeu a autoconfiança perdida. A arte não apenas cobriu cicatrizes, mas se tornou um símbolo de superação e beleza redescoberta”, revela Rafa Vancini, uma das pacientes que fez a tatuagem paramédica.
Outra paciente, Andreia Burguetti Iglesias, que fez uma cirurgia de mastopexia há dois anos, afirma que sofreu de necrose e perdeu as duas aréolas. Ela conheceu o trabalho de Ana por um anúncio em sua rede social. “Mal sabia eu que a partir daquele dia tudo mudaria para melhor. Ela ouviu toda a minha história e de um jeito todo especial me explicou sobre o procedimento e saí com data marcada para fazer a reconstrução”, narra.
“Na hora soube que ela é a profissional que eu precisava porque, para ela, eu não seria apenas mais uma que iria fazer uma tatuagem desenhando uma auréola. Eu era uma mulher que ela queria e iria devolver a autoestima e, com todo o carinho, fizemos a primeira sessão e naquele momento descobri que eu precisava realmente fazer aquilo”, Andreia explica.
Ela conta que, por mais que estivesse bem de saúde, cicatrizada da cirurgia, ainda se sentia afetada pela perda da aréola. “Eu pensei que não incomodava até a Ana fazer a reconstrução. Ali, a Ana resgatou uma autoestima esquecida de uma mulher conformada com aquela necrose. Fizemos mais duas sessões e sigo admirando o trabalho dela”, diz.
“Tenho a maior admiração pela Ana não só pelo trabalho dela, mas pelo ser humano que ela é, em entender, querer saber da paciente a sua história. Que esse trabalho maravilhoso dela possa atingir o máximo de mulheres possíveis,” Andreia finaliza.
Como tudo começou
Ana Paula revela que a sua inspiração para a tatuagem paramédica veio através de uma experiência pessoal, em que perdeu o pai por causa de um câncer. “Essa experiência impulsionou meu propósito e desejo de fazer a diferença na vida de pacientes que passaram por situações semelhantes”, explica. Unindo essa jornada com a sua paixão pela arte e beleza, ela ingressou na profissão.
“Gostaria de agradecer a todas as mulheres que confiaram no meu trabalho, é uma honra fazer parte do final feliz de cada uma delas. Eu levo a história, os sorrisos, as lágrimas e um pedacinho de cada uma em meu coração”, a profissional encerra com um recado.
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