Conheça ajudante de caminhão de Blumenau que passou em 1º lugar para Medicina na UFSC
Thiago Henrique Benvenutti é egresso de escola pública e não tinha condições pagar uma faculdade privada
O morador de Blumenau, Thiago Henrique Benvenutti, passou em 1º lugar em Medicina no vestibular da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Após cinco anos tentando, o jovem de 23 anos entrou para o curso como o melhor classificado entre os egressos de escola pública.
Nascido em Jaraguá do Sul, Thiago cultiva o sonho de ser médico desde os 13 anos. Aos 17 ele concluiu o Ensino Médio na Escola Estadual Básica Anita Garibaldi, em Itapema. Depois disso, deixou o litoral e veio morar com a avó em Blumenau.
Dois anos após sair do colégio, Thiago começou a se dedicar para o vestibular e a conquista de seu sonho. Então, em 2018, traçou uma meta e a colocou em prática: “vou parar de viver na ilusão e começar a colocar o sonho em prática, como meta mesmo e objetivo a ser alcançado”, relembra o pensamento que teve na época.
História de superação
Thiago trabalha como ajudante de caminhão em uma empresa têxtil de Blumenau e atua na função de descarregar malhas e sacos de peças de 15 a 20kg. O horário dele é das 7h30 até às 17h30, de segunda a sexta-feira. Contudo, em alguns sábados o jovem costuma fazer hora extra.
Ele explica que desde o início possuía o objetivo de estudar na UFSC porque não tem condições de pagar a faculdade de Medicina. Também pela questão financeira, Thiago não fazia nenhum curso pré-vestibular. Estudava sozinho, com auxílio de alguns cursos on-line.
“A faculdade paga é cerca de R$ 8 mil. Não tenho como pagar isso e ninguém da minha família tem essa condição. Então, eu vi que teria que passar em uma das provas mais concorridas”, relembra.
Desafio da rotina
Thiago relata que conciliar o trabalho com os estudos não foi uma tarefa fácil, mas que contou com o apoio da esposa. Ele compartilha a rotina intensa que levou até o vestibular.
“Eu acordava praticamente todo dia às 4h30, começava a estudar às 5h e ia até às 7h. Depois, eu ia para o trabalho, chegava às 18h em casa, ficava mais ou menos até às 23h estudando e dormia umas 23h30. Estudava uma média de 6 a 7h por dia”, conta.
O estudante costumava realizar três redações por semana e fazer muitos simulados. Ele relembra às vezes que jogou água no próprio rosto para se manter acordado e terminar as provas que realizava.
“Acontecia às vezes, nas sexta-feira, de eu chegar em casa, ficar até meia-noite fazendo simulado e no sábado acordar às 4h30 para trabalhar. Foi essa a rotina, foi bem cansativo. Fico lembrando dos dias que eu jogava água na cara para fazer simulado porque não estava aguentando de sono, mas tinha que terminar o simulado para entregar”, desabafa.
Conquista
Thiago estava no caminhão, terminando de descarregar malhas quando recebeu a ligação informando que havia passado no vestibular para Medicina na UFSC.
“Me ligaram para dizer que eu estava entre os três primeiros e fiquei feliz pra caramba. Estava todo sujo, todo suado do trabalho, mas foi muito feliz”, diz.
A primeira pessoa a receber a notícia de Thiago foi a esposa, que ficou muito emocionada, em seguida, ele compartilhou a conquista com os pais.
Profissional humano
Thiago compartilha que o que mais o encanta na medicina é a ideia de poder salvar vidas e ajudar as pessoas. Ele ressalta a importância do olhar humano no exercício da profissão e garante querer tratar os pacientes com empatia. O jovem deseja fazer a diferença.
“Quando procuramos um médico é em um momento de fragilidade, quando não estamos bem. Se tu passa por um médico que não é humano, que não dá bola para você e só vê uma doença e não um ser humano, te desestabiliza como paciente. Eu já passei por isso, lembro do médico nem olhar na minha cara e eu pensei assim ‘eu vou ser médico e isso nunca vai acontecer com um paciente meu’, então é poder fazer a diferença”, finaliza o futuro médico.
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