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Conheça as doenças que mais mataram em Blumenau nos últimos anos

Dados são da Vigilância Epidemiológica da cidade e do Ministério da Saúde

Os tumores, as doenças do aparelho respiratório e circulatório são as principais causas de mortes em Blumenau. Entre os problemas mais frequentes estão o câncer de pulmão, mama, metástase, infarto, insuficiência cardíaca e pneumonia.

De acordo com dados cedidos pela Vigilância Epidemiológica e compilados pelo Ministério da Saúde, em 2017 1.804 pessoas morreram em unidades de saúde da cidade, 23 a mais que no ano anterior. Em 2018, apenas os números do primeiro quadrimestre foram computados pela Vigilância, 568 pessoas.

Em todos os três anos observados as doenças do aparelho circulatório aparecem entre as três principais causas. Em 2016, em primeiro lugar. Nos dois anos seguintes, em segundo.

Entre as doenças mais comuns que envolvem a circulação estão o infarto, a insuficiência cardíaca e o acidente vascular cerebral, popularmente chamado de derrame. Nas que tangem o sistema respiratório, a pneumonia sempre surge como principal.

Coração saudável

O sintoma clássico do infarto, que é quando parte do coração deixa de receber oxigênio, é a dor no peito. Da insuficiência cardíaca, que é quando o órgão não consegue bombear o sangue corretamente, é o cansaço e a falta de ar, explica o cardiologista Siegmar Starke.

“Todas essas doenças podem ser evitadas ou terem a prevalência reduzida com controle do que chamamos de fatores de risco, já que a tendência familiar não podemos modificar”, comenta o especialista.

Isso significa estar atento à hipertensão arterial, diabete, obesidade, sedentarismo, colesterol e tabagismo.

Fuja do cigarro

O tabaco está na lista dos vilões da saúde do cardiologista e também do pneumologista Ricardo Albaneze. O ainda alto índice de mortes por tumores no pulmão está ligado à substância. Para Albaneze, quanto menos pessoas fumarem, menos mortes serão registradas devido a esse tipo de câncer.

“Fumar, mesmo que poucas vezes, é fator de risco importante para o câncer de pulmão. Frequentemente os pacientes aparecem sem sintoma algum. Chegam com uma infecção, uma tosse, dor no peito, falta de ar e catarro com sangue, fazem o exame e descobrem o tumor”, conta.

O número de fumantes já é menor em comparação ao passado. Porém, as variações continuam a preocupar os especialistas. É o caso do narguilé, um cachimbo muito utilizado por jovens e temido por pneumologistas:

“A ‘xixa’ dá muito tumor de boca, garganta e traqueia. Então estamos preocupados com o que vai acontecer com esses jovens daqui a alguns anos”, diz Albaneze.

As situações de pneumonia, segundo o especialista, têm muita relação com a imunidade. Muitas vezes, a pessoa já tem outro problema de saúde e desenvolve a doença, que chega a matar em 15% dos casos.

“E as pessoas também relaxam com a vacina da pneumonia e isso tem um impacto sobre a mortalidade. O governo dá uma das vacinas, uma mais antiga, e a outra existe na rede privada. São duas doses que se complementam e são tomadas uma vez na vida”, aconselha Albaneze.

Para manter o pulmão saudável, a indicação é que se pratique atividade física regularmente, além do controle de fatores ligados a infecções, como o refluxo, rinite e obesidade.

Os números

2016
Doenças do aparelho circulatório – 436
Neoplasias (tumores) – 386
Doenças no aparelho respiratório – 209

2017
Neoplasias (tumores) – 439
Doenças do aparelho circulatório – 387
Doenças no aparelho respiratório – 239

2018
Primeiro quadrimestre
Neoplasias (tumores) – 131
Doenças do aparelho circulatório – 125
Causas externas – 83