Conheça a Campanha Salarial 2022-2023 dos trabalhadores têxteis de Blumenau e região
Negociações com as empresas começam em 13 de setembro
No dia 6 de agosto foi realizada a primeira assembleia-geral da Campanha Salarial 2022–2023 dos trabalhadores têxteis de Blumenau e região. O evento aconteceu na Sede do Sindicato dos trabalhadores nas Indústrias de Fiação e Tecelagem de Blumenau, Gaspar e Indaial e trabalhadores estiveram presentes discutindo sobre pautas importantes para as áreas têxteis do município.
Desde a primeira assembleia, mais de 200 trabalhadores estiveram reunidos para discutir causas sociais e melhorias no ambiente de trabalho. “Produzimos riquezas para as empresas durante o ano todo, mas é raramente discutido a questão salarial dos trabalhadores. Campanha salarial é o momento mais importante para os trabalhadores do setor, é onde discutimos as questões econômicas com os patrões e empresas”, relata Carlos Maske, presidente do Sintrafite.
Pautas e reivindicações
Diversas pautas foram discutidas durante as assembleias e algumas delas foram aprovadas para seguirem para os próximos passos. São elas:
- Reajuste Salarial: baseado em uma estimativa da inflação e um aumento real, os trabalhadores encaminharam uma proposta de um reajuste de salário de 16%.
- Piso: foi exigido um novo piso salarial de R$ 2,5 mil.
- Auxilio Creche: os trabalhadores sugeriram um aumento do valor auxilio creche para crianças de até 6 anos. Os valores são de R$ 350 mensais com comprovação e R$ 330 mensais, sem comprovação.
- Vale-alimentação: foi exigido também aumento no vale-alimentação. A proposta é que seja de R$ 500.
- Adicional: os trabalhadores exigiram um adicional de 35% para quem trabalha no terceiro turno – turno noturno.
- Horas extras: entre as reivindicações está a exigência de horas extras de 100% de segunda-feira a sábado e de 150% em domingos e feriados.
Uma das reivindicações mais importantes dessa campanha é o fato dos trabalhadores serem contras as terceirizações. Segundo Carlos, um tercerizado trabalha de forma precária e não recebe os mesmos benefícios de quem é contratado pela empresa.
“A terceirização precariza a vida dos trabalhadores, piora o que já esta ruim. O trabalhador terceirizado recebe 30% menos do que quem é vinculado a empresa, além de deixa de receber benefícios das empresas”.
Expectativas e negociações
Após as assembleias na sede do Sindicato e as definições de pautas, as reivindicações dos trabalhadores são protocoladas nos Sindicatos Patronais, e o Sintrafite vai para as portas de fábrica com os informativos do que foi decidido.
“É muito comum que as pessoas não participem das assembleias, mas fiquem esperando a gente aparecer com nas portas de fábrica. Eles querem saber o que foi definido e nós queremos colocar a categoria em movimento, para conquistar os direitos e um resultado positivo nas negociações”.
Com isso, após protocolos e movimentações dos trabalhadores, começam as rodadas de negociações com os patrões, onde os representantes do Sindicato Patronal e os representantes do Sindicato dos trabalhadores nas Indústrias de Fiação e Tecelagem se juntam para alinhar os acordos do próximo ano.
“Os trabalhadores vêm sofrendo muito, principalmente pela miséria e inflação, eles não estão dando conta de comprar comida ou de pagar as contas. Por isso é muito importante que aconteça a Campanha Salarial, porque os trabalhadores podem, através da luta, e conseguem melhorar as condições de vida e de trabalho”, finaliza Carlos.
Confira na íntegra a nota do Sindicato das Empresas de Asseio, Conservação e Serviços Terceirizados do Estado de SC sobre o tema:
O Setor de Serviços é o que mais emprega no país. Mais de 22% da mão de obra brasileira é composta por trabalhadores terceirizados, sendo um meio fundamental para o sustento de milhões de cidadãos e suas famílias, assim como para o equilíbrio da economia nacional.
Diferente do afirmado na matéria, os colaboradores terceirizados têm seus direitos trabalhistas assegurados, e os acordos coletivos do setor, de modo geral, transcorrem em um ambiente de serenidade e consenso, com os trabalhadores tendo garantidos não somente os seus direitos, mas também acordando muitas vezes de benefícios não obrigatórios.
Presidente do Sindicato das Empresas de Asseio, Conservação e Serviços Terceirizados do Estado de SC, Avelino Lombardi