Conheça o sebo de Blumenau que oferece experiências artísticas aos clientes
Rocinante Sebo abriu as portas em 2019 e tem chamado a atenção do público leitor
Por Otávio Timm- 10/03/2022
- 10:15
Pouco difundidos em Blumenau e região, mas que já fizeram muito sucesso no passado, os sebos ainda têm papel importante no incentivo à leitura. Além de irem na contramão das livrarias comuns, os sebos dão oportunidade para que livros usados possam ser trocados ou usados como créditos.
O jornal O Município Blumenau conversou Martin Kreuz, de 33 anos, criador do Rocinante Sebo. O local chama a atenção do público da região, pois oferece experiências e possibilidades artísticas aos leitores.
Criado em 2019 por Martin, o Rocinante Sebo surgiu do fato de que, enquanto professor de história, Martin queria fazer algo mais prazeroso e significativo para ele.
Antes de pensar em abrir o sebo, Martin fez alguns cursos no Sebrae e passou a pesquisar modelos de pequenas livrarias e sebos e, em setembro de 2020, lançou o projeto oficialmente.
“Enquanto eu refletia sobre minhas opções profissionais, pensei no quanto os livros são e foram importantes e significativos para mim. A partir daí, foi um estralo! Não demorou muito para que eu criasse um sebo”, afirma.
De primeiro momento, Martin juntou livros pessoais, doados e comprados. A partir daí, deu início as vendas online e, após sucesso no início, partiu para as vendas físicas.
“Em um primeiro momento, eram três estantes de livros. Já em março de 2021, transformei a sala da casa em sebo físico e comecei a fazer atendimento presencial, foi quando pandemia da Covid-19 também começou a arrefecer aos poucos. As três estantes viraram cinco, a sala ficou pequena e converti um quarto em outro espaços do sebo”, conta.
Sobre o período em que os casos da Covid-19 estavam aumentando, o empresário admite que os negócios evoluíram, visto que a procura aumentou por negócios deste estilo.
“A Rocinante começou no online e durante a pandemia, então não consigo dizer se a pandemia nos afetou. Inclusive, o fato de termos um jardim na casa permitiu que realizássemos eventos literários mesmo com a pandemia”, afirma.
Martin conta que o diferencial dos sebos é a oportunidade de criar eventos diferentes, o que permite um alcance diferenciado ao público.
“Ao mesmo tempo que as grandes livrarias estão falindo, há uma explosão de pequenas livrarias de rua no Brasil. Livrarias que se pretendem espaço de sociabilidade, trocas culturais, vivência literária. Livrarias que promovem saraus, clubes literários, encontros com autores, mostras de cinema, de arte, de fotografia, cursos, palestras. Livrarias que investem em curadoria qualificada, especializadas em algum gênero ou tipo literário”, complementa.
Para o criador do sebo, uma livraria não é só um espaço onde se compra livros, mas também um espaço onde o leitor quer ‘se perder’ entre os livros, folhear ao acaso qualquer obra que tenha lhe chamado a atenção, descobrir livros que não sabia da existência, conversar sobre textos e receber uma dica ou recomendação.
“Isso os algoritmos das grandes livrarias online não possibilitam. O algoritmo exibe a falta desse elemento humano que as pequenas livrarias possuem”, diz.
Futuro
Sobre o futuro do seu sebo, Martin diz que a ideia é expandir o negócio e proporcionar cada vez mais, eventos artísticos.
“Já sediamos alguns eventos artísticos, mas aos poucos queremos consolidar essa parte. Emprestamos o espaço para clubes de livros e agora vamos inaugurar o nosso próprio clube, o ‘Encontro de Leitores Quixotescos’. Aos poucos, queremos investir na formação de leitores. Um dos projetos futuros é organizar um curso sobre literatura e autores catarinenses. Queremos investir na aproximação entre os autores e leitores”, conclui Martin.
Receba notícias direto no celular entrando nos grupos de O Município Blumenau. Clique na opção preferida:
