O avanço da tecnologia trouxe para a medicina uma série de soluções. Em uma das áreas mais sensíveis, a oncologia, equipamentos modernos trouxeram respostas para as principais dificuldades no diagnóstico e tratamento de cânceres, como a precisão dos procedimentos, o tratamento humanizado e a melhor qualidade de vida dos pacientes.
Acompanhando o desenvolvimento das tecnologias voltadas para a saúde, a clínica Corb, de Blumenau, dispõe do melhor e mais moderno equipamento de radioterapia do mundo. O TrueBeam oferece soluções avançadas e assertivas no tratamento do câncer, utilizando um sistema integrado de radioterapia e radiocirurgia guiada por imagem, com procedimentos não invasivos.
O TrueBeam trata ocorrências de câncer em qualquer lugar no corpo, quando o tratamento de radiação é indicado, incluindo pulmão, mama, próstata, cabeça e pescoço. Por ser com uma combinação de inteligência artificial e tratamento com uso de radiação, o equipamento equilibra alta precisão e eficácia no tratamento de uma das doenças mais devastadoras do mundo.
Tratamento mais rápido
Inaugurado em fevereiro de 2019, os resultados já são expressivos, conforme explica o doutor Omar Sulivan Ruzza Filho. “Antes, com os equipamentos mais rudimentares, nós realizávamos de duas a três radiocirurgias por mês. Agora são duas a três por semana”.
O principal motivo deste maior volume de procedimentos, conforme explica Omar, foi a redução de sessões necessárias para a conclusão do tratamento. “São altas doses de radiação, porém concentradas apenas no local preciso do tumor, o que rendeu mais eficácia nos procedimentos”.
A vinda do TrueBeam para Blumenau, importado dos Estados Unidos, envolveu uma série de conversas, negociações e o investimento de R$ 12 milhões.
Radiocirurgia sem cortes
A radiocirurgia é uma das modalidades da radioterapia, que com o TrueBeam é realizada de forma não invasiva, ou seja, não são realizados cortes. É utilizada para o tratamento de tumores cerebrais benignos de difícil dissecção, de tumores malignos primários e metastáticos do cérebro e da base do crânio e de doenças funcionais do cérebro.
Além do tratamento em si, a radiocirurgia trouxe uma solução mais eficaz e humanizada em comparação com a forma como era realizada antigamente. O principal problema envolvia a necessidade de manter a cabeça do paciente estática. “Antes era preciso parafusar o crânio do paciente para que ele não se mexesse. Agora nós conseguimos disponibilizar máscaras que mantêm a cabeça paralisada para a realização do procedimento”, explica Omar.
Para disponibilizar esta precisão no tratamento, o TrueBeam conta com a radioterapia guiada por imagem (IGRT). Este sistema garante que o tumor está dentro do campo de irradiação estipulado, tendo como guia a tomografia realizada no momento do tratamento.
Qualidade de vida
Com sigla em inglês, a Stereotactic Body Radiation Therapy (SBRT) é uma radioterapia estereotáxica ablativa, ou seja, envolve as regiões fora do eixo do crânio. O procedimento é realizado pela Corb, também com uso do TrueBeam. Estão entre os principais cânceres que podem ser tratados pela SBRT os de próstata, de pulmão, de fígado, de coluna e a rerradiação. “A rerradiação é uma novidade que acompanha o TrueBeam. Antigamente não se podia irradiar novamente uma mesma área, o paciente não suportaria”, explica o doutor Renato Ruzza Doneda Filho.
Para dr. Renato, além da precisão e dos resultados em curto prazo – são entre três e cinco sessões ao todo -, o destaque fica por conta da qualidade de vida do paciente diagnosticado com câncer. “É praticamente um banho de luz. Não há sangramentos, não há dor. Melhorou muito para o paciente, que pode sair da sessão e seguir sua vida no mesmo dia. Não há efeitos colaterais”.
Assim como no caso da radiocirurgia, o SBRT tem a precisão com uso de inteligência artificial. Acompanhando o padrão guiado por imagem, também com auxílio do IGRT, o equipamento desliga sozinho caso o paciente se mova e o ponto preciso e planejado para a irradiação saia do lugar. “Ele é preciso até mesmo no caso do pulmão. O paciente está respirando o tempo todo, e o tumor faz movimentos durante esta respiração, mas a máquina tem a percepção e acompanha estas pequenas mexidas”.
O grau de assertividade também é complementado com a arcoterapia volumétrica modulada, também conhecida como VMAT ou RapidArc. O sistema permite redução do tempo de tratamento graças ao processo de movimento do equipamento que forma um arco no paciente, para obtenção de mais doses complexas, porém com segurança e no menor tempo possível.