A Polícia Militar e violência contra a mulher
Retorno com minha participação quinzenal nos vários meios de comunicação de nossa região para levar orientações e opiniões na área da Segurança Pública. Começo o ano abordando um assunto que está sendo recorrente e avassalador em nossa sociedade: a violência contra a mulher! Neste último sábado, dia 5, a Polícia Militar atendeu mais uma ocorrência […]
Retorno com minha participação quinzenal nos vários meios de comunicação de nossa região para levar orientações e opiniões na área da Segurança Pública.
Começo o ano abordando um assunto que está sendo recorrente e avassalador em nossa sociedade: a violência contra a mulher!
Neste último sábado, dia 5, a Polícia Militar atendeu mais uma ocorrência desta natureza. Mas, pasmem caros leitores, era de um filho de 30 anos que agrediu e tentou matar sua mãe, querendo jogá-la da sacada do apartamento. Tem cabimento uma coisa desta?
Nas estatísticas criminais dos últimos cinco anos, vemos uma dinâmica de altos e baixos nos números, mais alta do que baixa.
Em 2017, inicialmente quando trouxemos para Blumenau o Programa Rede Catarina, vimos uma crescente nos registros de agressões. Entendemos à época que se tratava de um sinal de que o nosso trabalho estava conscientizando mais as mulheres para efetuarem o registro e acreditávamos que em um determinado momento se estabilizaria e começaria a diminuir.
O trabalho da Rede Catarina ampliou, se qualificou e passou a também atuar na fiscalização dos infratores, em especial os que possuíam medidas protetivas contra si. Inegavelmente um avanço ao combate a violência contra mulheres.
Todavia, o que vemos hoje, mesmo que levemos em consideração todos os vetores ocorridos nos últimos anos, é uma leve queda nos registros de ocorrências. Mas por si só, ao meu ver, não é o espelho da realidade!!!
Mas então você pode me perguntar o que está acontecendo?
Na minha percepção, acredito que a violência contra a mulher não retrocedeu! As mulheres, as que se conscientizaram, continuam registrando os B.O.’s.
Logo, o que pode estar acontecendo é a diminuição das reincidências. Ou seja, uma vez agredida, a mulher faz o B.O. que gera uma medida protetiva. Assim, o agressor identificado, sofre a prévia sanção com as determinações judiciais que lhe são impostas. A Rede Catarina faz a fiscalização, o que inibe novas agressões.
Em contrapartida, lamentavelmente o número de medidas protetivas vem aumentando, é bem verdade que de forma oscilada.
Esta situação, na minha ótica, é de que estamos conseguindo estancar a violência onde ela já ocorria. Mas ainda não tiramos as nossas mulheres da situação de risco. Quer seja nas ruas, no trabalho e principalmente em suas residências.
E isto tem que ficar bem claro para todos, para que não nos deixemos levar por dados frios que indicam uma leve queda nos índices da violência contra a mulher.
Para que possamos não esmorecer frente a este problema social e que recai para atendimento policial.
Soube de um trabalho que está sendo desenvolvido pela arquiteta Michele Schwanke, de Blumenau, que visa trazer a discussão este tema para a sociedade. No que estiver ao nosso alcance, nos propusemos a colaborar e apoiar.
Quem sabe deste contexto possamos indicar novos caminhos de prevenção e apontar boas soluções para políticas públicas, não?
Forte abraço,
Sou Jefferson Schmidt, Coronel da Polícia Militar de Santa Catarina.
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