Costureiras que deram de cara com portas fechadas em empresa de Blumenau conquistam verbas rescisórias após um ano
Valores vieram de acordos feitos com empresas tomadoras de serviços, já que facção não se responsabilizou pelas funcionárias
Em setembro do ano passado, os 62 funcionários da Bumer Confecções foram surpreendidos ao chegarem no trabalho. Localizada na rua Werner Duwe, bairro Testo Salto, a empresa estava fechada.
A dona da empresa, Claudete Censi, nunca se pronunciou publicamente sobre o ocorrido. De acordo com uma funcionária, ela teria enviado uma mensagem dizendo estar falida, sem conseguir pagar os trabalhadores e tinha ido embora para São Paulo.
Com dois meses de salários atrasados e sem receber FGTS desde 2014, as trabalhadoras entraram com ações contra a empresa. Dentre as costureiras, 39 foram representadas pelo escritório do advogado Dalto Eduardo dos Santos, e conseguiram acordos com as empresas tomadoras de serviços.
Como explica o advogado Emerson dos Santos, que integra o processo, as empresas Malhas Treze (MXT Textil), Rovitex, Deliz e Warusky, acabaram entrando na ação judicial junto da Bumer Confecções.
“Elas tinham responsabilidade pelas verbas trabalhistas por possuírem exclusividade e ingerência em face da Bumer. Elas fizeram acordos para não responder à ação e assim se seguiu desde o fim de 2019 até hoje”, justifica.
Nesta quarta-feira, 14, a última costureira conseguiu o acordo. Até o momento, todas tiveram parte ou todas as verbas rescisórias quitadas. Agora, os advogados mantêm a ação para conseguir os demais pagamentos que elas não receberam da Bumer.
“O processo só vai finalizar quando a Bumer pagar o que deve ou não tiver mais andamento. Como ela não apresentou defesa em quase nenhum processo, ou não apareceu em audiências, foi decretada revelia. Mas vamos tentar achar bens, contas bancárias, penhorar maquinário”, explica.
Ao menos outros dez funcionários entraram com ações judiciais com outros advogados, o que significa que o fechamento da Bumer não deve ser esquecido tão cedo.