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Covid-19: criança que recebeu dose adulta da vacina no Médio Vale do Itajaí está traumatizada, diz família

Pai da menina afirma que ela está passando por problemas psicológicos e tem medo de dormir

A família da menina de nove anos que recebeu dosagem adulta da vacina contra a Covid-19, da marca da Pfizer, em Guabiruba, no dia 13 de janeiro, afirma que a criança está traumatizada. Procurado pela reportagem de O Município, o pai da menina diz que ela vem sofrendo com problemas psicológicos e tem medo de dormir após as convulsões e ataques de pânico que teve nos últimos dias.

De acordo com o pai, há cerca de três dias a menina não tem mais convulsões. Entretanto, ele afirma que ela está sendo monitorada a todo momento. A Secretaria de Saúde de Guabiruba está acompanhando a situação e marcando as consultas, além de disponibilizar veículos para levá-la aos atendimentos, conforme esclarece o pai.

A família teme ainda os efeitos a longo prazo da aplicação equivocada da dose de vacina, sobretudo os danos psicológicos causados na criança. A vacina adulta recebida pela menina é cerca de três vezes mais forte que a pediátrica, o imunizando adequado para a idade dela.

“Ela tem mais uma bateria de exames que será no final de janeiro e no decorrer do mês de fevereiro. Queremos, de alguma maneira, ter uma assistência após isso tudo. Pelo menos ficar ‘em guarda’ durante um ano. Queremos prolongar esse atendimento caso aconteça algo”, afirma o pai.

Além disso, a família pretende ainda entrar com uma ação na Justiça buscando a garantia de atendimento a longo prazo. Segundo o pai, porém, a correria do dia a dia com os atendimentos da filha após a aplicação equivocada da vacina impediu que procurassem um advogado até o momento.

“Está complicado. A rotina mudou completamente e a menina está bem traumatizada. Chega a dar lágrimas nos olhos. Ela tem medo de dormir. Então, eu quero uma assistência para minha filha. Eu quero que ela tenha um psicólogo, com tratamento, não apenas exames em cima da reação da vacina. Eu quero saber como fica depois, pois atingiu o psicológico dela”, diz.

O caso

Em entrevista ao jornal O Município, a mãe da menina contou que no dia 13 de janeiro foi até a Policlínica de Guabiruba para tomar a primeira dose da vacina. Além da filha, ela estava acompanhada também do filho de 15 anos. A mãe diz que chegou na Policlínica, pediu pela vacina e, enquanto falava com a servidora na triagem, a vacina foi preparada e aplicada na filha.

Após receber o imunizante, a menina saiu da sala para que o irmão pudesse entrar. Naquele momento, a mãe afirma que pediram o cartão do SUS e só então perceberam que a criança tinha apenas nove anos. “A moça colocou no sistema e perguntou se ela só tinha nove anos, e eu respondi que sim”.

A mãe e o filho de 15 anos receberam a carteirinha com o comprovante da primeira dose. A carteirinha da filha, entretanto, não foi entregue. “Eu perguntei da carteirinha dela e a moça disse que a dela era diferente, que ela só receberia depois da segunda dose. Achei que era normal”.

No dia seguinte à vacina, os problemas começaram. A menina teve uma convulsão e precisou ser levada ao hospital. Dias após receber a vacina, duas servidoras da Secretaria de Saúde foram até a casa da família. Lá, perguntaram se a menina teve alguma reação ou se foi levada ao hospital. A mãe respondeu que sim. Só então, a família foi informada que a dose aplicada na menina estava errada.

O que diz a Secretaria de Saúde

Procurada por O Município, a Secretaria de Saúde de Guabiruba se manifestou por meio de nota no dia 21 de janeiro, informando que está apurando o caso. Confira a nota na íntegra:

A Secretaria de Saúde informa que está apurando os fatos e dando suporte para a família. A criança vem sendo acompanhada pela equipe, já passando por consulta médica para avaliação.


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