Levar mãos aos olhos. Um gesto que era comum e, por vezes, automático, agora precisa ser evitado. Em tempo de pandemia causada pelo novo coronavírus, o rosto é a área mais sensível à contaminação.

A Sociedade Americana de Oftalmologia recomendou que as pessoas não usem lentes de contato e prefiram os óculos durante este período.

Já a Sociedade Brasileira de Oftalmologia disse que o uso pode ser mantido, mas os cuidados com a higienização das mãos e das lentes devem ser redobrados.

Além disso, segundo especialistas em oftalmologia, há relatos de que a conjuntivite e/ou olhos vermelhos podem ocorrer entre os sintomas menos comuns de manifestação da doença.

Portanto, prevenir é melhor que remediar. Conhecer e aprender as orientações específicas para o cuidado com a saúde ocular é essencial para diminuir os riscos de contágio pela Covid-19.

Lentes de contato x óculos de grau

O uso de óculos de grau ou de lentes de contato faz parte do dia a dia de muitos brasileiros. Dados do IBGE apontam que 35 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência visual.

Ao orientar sobre formas de prevenir o novo coronavírus, a Sociedade Americana de Oftalmologia ressaltou que a lente de contato exige que os usuários utilizem os dedos para colocá-la ou retirá-la.

Já o uso dos óculos faz com que as pessoas toquem menos nos próprios rostos, além de funcionar como mais uma barreira física, aumentando a proteção contra possíveis gotículas emitidas por pessoas infectadas.

No entanto, nem todas as pessoas podem substituir as lentes de contato pelos óculos. Neste caso, as recomendações são evitar esfregar os olhos e ter ainda mais rigor às regras de limpeza das mãos e das lentes.

Cuidados na higienização

Independente da preferência por óculos ou lentes de contato, o usuário precisa higienizá-los com cuidado.

Os óculos não devem ter contato com superfícies que podem estar contaminadas ou sujas, nem ser compartilhados. Crianças devem ser orientadas a não levar as hastes à boca.

As armações e lentes precisam ser limpas várias vezes por dia. Não é indicado usar álcool, pois pode causar manchas ou danificar as lentes. Em especial, as que receberam tratamentos antirrisco ou antirreflexo.

O correto é lavar com água fria e sabão ou detergente neutro. Os lenços umedecidos específicos ou as soluções limpa-lentes são outras opções.

A água quente pode danificar as armações dos óculos. Para secar, o recomendado é o uso de papel toalha – com suavidade ao passar pelas lentes. Também deve-se observar se os parafusos e hastes não estão úmidos, para evitar que enferrujem.

No caso das lentes de contato, o removedor de proteínas usado para higienizá-las é suficiente para matar o vírus. O usuário deve fazer a limpeza corretamente e não as armazenar em soro fisiológico.

A orientação geral de lavar as mãos várias vezes ao dia deve ser seguida à risca, especialmente ao manusear as lentes para colocação ou retirada.

Conjuntivite entre os sintomas do novo coronavírus

Desde a identificação do Sars-CoV-19, as pessoas foram orientadas sobre os sintomas mais comuns do novo coronavírus, o que ajuda na autoavaliação sobre a doença.

Entre eles, a conjuntivite apareceu com menos frequência. Nos Estados Unidos, foi detectada em apenas 1% dos pacientes diagnosticados. No Brasil, houve casos, mas não foi divulgada uma estimativa.

A inflamação da conjuntiva, a membrana transparente e fina que reveste a parte da frente do globo ocular e o interior das pálpebras, pode ser causada por vírus, bactérias, fungos e outros parasitas e costuma durar de uma a três semanas.

Os sintomas são: olhos vermelhos, inchaço e secreções ao acordar, lacrimejamento, dor, sensação de corpo estranho no globo ocular, intolerância à luz, sequidão e embaçamento da visão.

A automedicação – ou aplicação de “dicas caseiras” – deve ser evitada. É necessário procurar atendimento hospitalar para receber o tratamento adequado ao caso.