Covid-19: Inter de Lages faz crítica a possível falta de prevenção do Metropolitano

Jogo entre as equipes foi adiado devido a seis atletas do Metrô testarem positivo para doença

O Inter de Lages, adversário do Metropolitano na primeira rodada do Campeonato Catarinense da Série B, publicou no Twitter um texto com críticas a possível falta de prevenção à Covid-19, dos atletas e do clube blumenauense. A partida entre os dois times estava marcada para esta segunda-feira, 2, mas foi adiada pois seis jogadores do Metrô tiveram exames confirmados para coronavírus.

Em um dos parágrafos do texto, o clube lageado afirmou que o adiamento da partida foi um “benefício imerecido” visto que eles estão com diversas medidas extremas, como isolamento completo, enquanto o clube adversário não. Afirmaram ainda que um atleta do Metrô teve fotos passeando em locais com grande circulação de pessoas.

Confira o texto na íntegra:

Estamos todos nos adaptando às circunstâncias da pandemia da Covid-19. Para o @interlages, a prioridade é assegurar a saúde das pessoas. Todo o restante é secundário. A nós, competir em 2020 não foi escolha feita em detrimento da saúde.

Para evitar ao máximo o risco de contágio – que pode comprometer não apenas o nosso trabalho, mas também o de todos os nossos nove adversários na Série B do Campeonato Catarinense -, nossa comissão técnica e nosso elenco adotaram um regime de completo isolamento.

Ninguém está totalmente livre de exposição ao coronavírus, mas a eficácia dessa medida – acompanhada por todos os demais protocolos de prevenção – provou-se com o resultado negativo de 100% dos testes que fizemos neste sábado, antevéspera de nossa estreia no campeonato.

Manter o isolamento indefinidamente é difícil e mesmo impraticável. No entanto, com uma competição curta, de pouco mais de 40 dias de duração, é o necessário para assegurar a saúde de nossos profissionais no período de disputa da Série B.

Atletas e comissão técnica do @interlages têm seguido firmes nesse esforço coletivo. Com isso, eles têm evitado o contágio e demonstrado profundo respeito por nosso clube, nossa torcida, nossos patrocinadores, pelos adversários, pela competição e a entidade que a organiza.

Nossa estreia, que ocorreria nesta segunda, foi adiada porque um terço dos jogadores inscritos por nosso adversário tiveram resultados positivos para o coronavírus. O adiamento é uma necessidade, mas a nós parece que a decisão acabou sendo também um benefício imerecido:

horas antes do horário originalmente previsto para a partida, vê-se em redes sociais e grupos de mensagens foto de atleta de nosso adversário em passeio por local de grande circulação de pessoas, em registro feito nesta mesma segunda-feira, dia 2 de novembro.

Neste domingo, apresentamos recurso ao TJD para que os seis atletas de nosso adversário com testes positivos fizessem novos exames, dessa vez de sorologia, para assegurar sua saúde e evitar contágios. Nós inclusive nos oferecemos para custear os testes, se necessário.

A saúde é prioridade, mas as pessoas – pessoas, frise-se, e não as instituições em que elas ocasionalmente estejam – não podem, sem consequência alguma, utilizar as prerrogativas dos regulamentos para salvo-condutos em plena pandemia.

A pandemia é coisa séria. Qualquer postura que não seja a obstinação contra o risco de contágio, como a que temos adotado – em respeito, também, a nossos adversários -, soará como falta de profissionalismo, irresponsabilidade, incompetência – ou tudo isso a um só tempo”.

O que diz o Metropolitano

A reportagem entrou em contato com o presidente do Metropolitano, Valdair Mathias para comentar o assunto. Ele inicialmente citou que o clube blumenauense obedeceu a resolução da competição, que aponta são necessários 13 atletas em condição de jogo, e o Metrô tinha apenas 12. O Metropolitano tem 18 atletas inscritos e seis foram confirmados com Covid-19.

Questionado especificamente sobre a nota do Inter de Lages, o presidente afirmou ser um “caso isolado”.

Além disso, citou o exemplo da Chapecoense, que em duas oportunidades teve partidas adiadas. A primeira em julho, no Catarinense contra o Avaí, pois 14 atletas da Chape testaram positivo.

E depois em agosto, já pela Série B do Campeonato Brasileiro, quando o CSA de Alagoas – adversário da Chapecoense – teve muitos atletas que testaram positivo para doença.


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