Covid-19: Ministério da Saúde inclui grávidas no grupo de risco, mas não indica afastamento delas do trabalho
Estudos ainda são inconclusivos sobre comportamento do vírus no organismo de gestantes
O Ministério da Saúde lançou novas diretrizes incluindo grávidas e puérperas (mulheres que deram à luz há bem pouco tempo) até duas semanas após o parto no grupo de risco para o coronavírus.
Segundo o Ministério, estudos científicos apontam que a infecção pela Covid-19 tem semelhança com a do H1N1, por conta de como os mecanismos da doença se comporta no organismo, embora não existam conclusões específicas sobre o coronavírus.
A instrução do Ministério é de que os cuidados com gestantes e puérperas sejam rigorosos e contínuos, independente do histórico clínico das pacientes.
O Ministério da Saúde, porém, não deixa claro se as mulheres devem ser afastadas do trabalho por conta do coronavírus, explica o secretário de Saúde de Brusque, Humberto Fornari.
O secretário destaca que não há uma indicação direta do Ministério para o afastamento de mulheres grávidas, e que o afastamento das gestantes precisa ser feito através de um acordo com o empregador.
No documento do Ministério que fala sobre diretrizes para diagnóstico e tratamento do Covid-19, as grávidas estão listada em ‘Casos Especiais’, assim como pacientes transplantados, com problemas cardiovasculares e HIV.
É destacado que não existem estudos comprovados, mas, por conta do comportamento da família do vírus causador da Covid-19, é recomendado que haja uma avaliação bimestral por profissional de saúde, para a verificação de complicações na gravidez.
Não existem registros de transferência da doença de mãe para filho durante a gravidez. Até o momento, também não existem evidências de que que as mulheres grávidas apresentem sinais ou sintomas diferentes ou maior gravidade de doença.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) esclarece que mulheres grávidas devem tomar as mesmas precauções que qualquer outra pessoa para evitar o Covid-19. No entanto, por conta das mudanças que o corpo e sistema imunológico passa durante a gravidez, é importante que elas tomem cuidados para se proteger da doença e procurar o sistema de saúde caso apresente sintomas do novo coronavírus.
A OMS também destaca que mulheres não precisam necessariamente passar por cirurgia cesariana quando forem dar à luz, e que isto só é imprescindível se houver justificativa médica.
Segundo a OMS, mulheres com coronavírus podem amamentar e ter contato físico com o bebê recém-nascido, tomando cuidados com a higiene respiratória, lavando as mão antes e depois do contato e limpando rotineiramente superfícies que eles tocarem.