Se tem uma área que sofreu as consequências da pandemia e os efeitos econômicos dela, foi a automovilística. Com faltantes de componentes essenciais para a fabricação de carros 0 km, a demanda, assim como o valor dos usados cresceu em percentuais quase sem precedentes. 

Desde a chegada do Covid-19 muitas indústrias ficaram paralisadas por algum tempo, como aconteceu com a fabricação dos chips semicondutores, que tem um papel importante no mundo automotivo. Estima-se que 1.400 chips são necessários para a fabricação de um veículo, responsáveis por integrar a maioria dos circuitos eletrônicos deles que são a cada dia mais numerosos, e é a escassez dessas peças que está demorando, até por meses, as entregas dos carros zero quilômetros, ainda quando eles já foram pagos. 

Embora a “crise dos semicondutores” seja mundial, os efeitos gerados no Brasil destacam pois nosso país é um dos mais amplos mercados no segmento de carros usados e representa o terceiro maior comércio de seminovos do mundo, apenas ficando por trás de Estados Unidos e China. Segundo o registrado pela Kelley Blue Book (KBB), o incremento na demanda produziu uma suba nos preços de 18% no caso dos seminovos, e de até 24% para os usados mais antigos, sendo que o crescimento nos preços dos carros zero-quilômetros foi mais moderada: 8,3% até julho.  

Enquanto à venda dos seminovos, o registrado indica que o crescimento em 2021 é de 54%. Trata-se de um comportamento oposto ao que acontece com os veículos novos: a venda deles caiu 10,2% em setembro se comparado com as unidades licenciadas em agosto. Como indicam os dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Autoveículos, (Anfavea) as unidades comercializadas em agosto foram 172,8 mil e, no mês seguinte, desceram para 155,1 mil. Já se comparado com setembro do ano passado, a queda foi de 25,3%. E mesmo que a produção tenha registrado um incremento entre setembro e agosto de 5,6%, se comparado com o mesmo período de 2020 ela também registrou queda de 21,3%. 

Contudo, o panorama não é bom para os interessados em comprar um carro nesta época pois,além do incremento nos preços, é preciso adicionar mais alguns valores a serem levados em conta no orçamento. Por exemplo, o combustível necessário para se movimentar mensalmente também está em alta: com o último reajuste a suba na gasolina chegou a 73,4% em 2021. 

Outra despesa a cobrir tem a ver com a contratação de uma apólice para se proteger de eventuais danos, acidentes ou roubos. Para tentar economizar neste sentido, uma boa dica é pesquisar um ranking dos seguros mais baratos e escolher aquele que melhor se adapte à situação de cada um. Para ter uma ideia, a média dos preços de um seguro para carros do tipo do Fiat Argo é de R$1.762, entanto no caso de carros de maior gama como a Jeep Compass a média no valor do seguro é de R$4.500.