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Crítico do governo do estado, delegado de Ascurra reclama da situação da Polícia Civil

O delegado Ronnie Esteves, que já trabalhou em Blumenau e hoje está lotado na delegacia de Ascurra, tem sido um crítico frequente do governo do estado. Ele reclama que não estão sendo feitas as reposições salariais para a Polícia Civil.

Segundo ele, o governo não investe no efetivo, a reforma previdenciária para os policiais não tem contemplado as necessidades mínimas destes servidores, os agentes estão com condições de trabalho muito pior que a Polícia Militar e há uma necessidade urgente de investimento em tecnologia para a investigação de crimes.

As suas reclamações nas redes sociais deixaram brecha para que muitos pensassem que ele queria ser candidato nas eleições deste ano, mas Ronnie foi enfático em afirmar que isso nunca passou pela sua cabeça, até porque o título de eleitor dele é do Rio de Janeiro.

Numa das suas últimas postagens no Instagram, Ronnie diz o seguinte: “Militar não pode praticar atos de atribuições exclusivas da Polícia Civil… porque o governo do estado prefere a Polícia Militar à Polícia Civil? Será que a sociedade catarinense estará devidamente protegida com uma Polícia Civil desmotivada, desqualificada, enfraquecida, despreparada, sem condições mínimas de trabalho, sem uma remuneração digna, sem efetivo suficiente, sem direitos legítimos reconhecidos?”.

O atual efetivo da delegacia em que Ronnie Esteves coordena é de um delegado e quatro policiais civis, que são responsáveis pela segurança das cidades de Ascurra, Rodeio e Apiúna. Segundo Esteves, ele e mais dois policiais ficam em Ascurra, um policial fica na cidade de Rodeio e outro em Apiúna.

A maior parte do serviço é do atendimento burocrático a população, mas quando acontece algum crime que exija um efetivo maior, há um remanejamento para o local do crime, parando com o atendimento e dificultando muito qualquer investigação.

O delegado disse que hoje o governo do estado tem mais de mil policiais que passaram nos concursos esperando serem chamados, mas há 2,5 mil vagas abertas, só na polícia civil, para serem preenchidas.

Atualmente a Secretaria de Segurança Pública de Santa Catarina é administrada por um quarteto, tendo como presidente do colegiado o delegado Paulo Koerich, mas até dezembro de 2019 o comando estava nas mãos do Coronel Carlos Alberto de Araújo Gomes, da Polícia Militar.

Mesmo a categoria não conseguindo um avanço nas negociações junto ao governo, Ronnie Esteves acha difícil haver uma paralisação dos serviços por parte dos policiais civis.

Ele acredita que, por conta do delegado Paulo Koerich ter assumido a coordenação da Secretaria de Segurança Pública do Estado e este trabalho ainda estar no início, possa haver um avanço, principalmente nas condições de trabalho e no número do efetivo da Polícia Civil. Contudo, afirma que, neste momento, está muito difícil atender todas as demandas existentes nas delegacias espalhadas pelo estado.