Defesa diz que assassino de Bianca Wachholz agiu em defesa da honra
O documento sustenta que a conduta de Bianca foi a única e exclusiva culpada pela morte dela
A defesa de Éverton Balbinott, 31 anos, encaminhou à Justiça as alegações finais sobre o que o levou a matar ex-namorada Bianca Wachholz, 29 anos. De acordo com o documento, Balbinott agiu em “legítima defesa da honra”. O advogado Jeremias Felsky também solicitou a revogação da prisão preventiva.
Em julho, Bianca estava na casa dos pais, no bairro Itoupava Central, quando o ex-namorado invadiu residência e a matou com um tiro no rosto. Ele foi preso preventivamente um dia depois do crime.
O documento sustenta que “a conduta da vítima, antes e no dia dos fatos foi a única e exclusiva culpada pelo fatídico evento”.
Após cerca de um ano de namoro, Bianca rompeu o relacionamento porque vinha sofrendo agressões. Horas antes de ser morta diante da própria mãe, a designer enviou mensagens ao ex-namorado afirmando que ele não deveria voltar a se aproximar dela e que ela registraria boletim de ocorrência pela ameaça de morte que havia sofrido no dia anterior.
“Sempre há uma motivação, mesmo que uma motivação injustificável. Mas o que se discute nesses casos é o grau de culpabilidade. Até onde o agente quis e até onde a vítima de alguma forma contribuiu ou não”, disse o advogado.
No documento enviado ao juiz, a defesa de Balbinott relata que ele era “alvo constante de menosprezo” por parte de Bianca, algo que “se tornou insuportável”. De acordo com a alegação, Balbinott adquiriu dívidas para realizar “inúmeras vontades” de Bianca.
O advogado da família de Bianca, Alexandro Roberto Maba, disse que não ficou surpreso com as alegações finais do acusado.
“A defesa busca tirar o foco dos crimes perpetrados pelo Everton, principalmente a agravante do feminicídio. Tentando alterar a verdade dos fatos e das provas que instruem todo o processo criminal, e de maneira repugnante, tentam imputar a própria Bianca – vítima de seu ex-companheiro Everton, a culpa pelos crimes”, disse.
Mas para Maba as provas dos crimes estão “mais do que robustamente presentes nos autos”.
Na próxima semana o juiz deve definir se aceita ou não o pedido de revogação da prisão, além de estabelecer a próxima etapa do processo.
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