Deputado de Blumenau quer fim de medicamentos anti-cio; entenda possíveis danos aos animais
Medicamentos anti-cio podem não ser seguros e não são recomendados
Em 2023, o deputado Egidio Ferrari (PTB), de Blumenau, protocolou o projeto de lei 0221/2023, que proíbe a venda de medicamentos chamados de “anti-cio” em Santa Catarina. Segundo ele, o uso pode configurar atos de maus-tratos, devido às consequências da medicação.
No projeto de lei, Egidio Ferrari ressalta como os medicamentos não são seguros ou eficazes para os animais. “A gente fica até surpreso quando toma conhecimento que algo tão sério é vendido de qualquer forma, encontrado nas prateleiras de comércio, sem nenhum tipo de regulamentação ou fiscalização”, afirma o deputado.
A Diretoria de Bem-Estar Animal, na Secretaria do Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), auxilia nas políticas públicas de castração de Santa Catarina. Em Blumenau, o Centro de Prevenção e Recuperação de Animais Domésticos (Cepread) realiza o atendimento médico veterinário para animais em situação de rua ou comunitários.
“A gente sabe que as pessoas, infelizmente, ainda acabam escolhendo ter um animal de estimação, mas não cuidam, ou senão, vão para a rua. Os animais ficam soltos e acabam procriando, e só aumenta a população, causando doenças para os animais e podendo atingir as pessoas”, explica Egidio.
Consequências do anti-cio
Os medicamentos anti-cio podem ser injetáveis ou não, usados em animais domésticos como cães e gatos, para impedir que a fêmea entre no cio. Esses hormônios que inibem a ovulação através do sistema endocrinológico trazem riscos graves ao animal.
“Os anti-cio têm uma dosagem alta de hormônio por si só e, em vários casos, os tutores não fazem a dosagem correta. E pode causar a longo prazo vários problemas de saúde como cistos uterinos e ovarianos, piometra, que é infecção uterina, queda de pelo no local da aplicação e, em alguns casos, hiperglicemia, diabetes e câncer”, explica a veterinária Thalia Valcarenghi.
O medicamento causa danos ao sistema hormonal do animal por cerca de seis meses, com risco de morte e anomalias fetais. Thalia Valcarenghi confirma que “quase todos os casos de tumores mamários em cachorras que a gente vê são pelo uso do anti-cio”.
De acordo com a médica veterinária Thalia Valcarenghi, “a castração é o mais indicado, pois além de ser segura, existem estudos que dizem aumentar o tempo de vida do pet e afasta eles de algumas doenças como Piometra nas fêmeas”.
Legislação
Segundo Egídio, a penalidade prevista no projeto de lei para as lojas que continuarem a vender esse tipo de medicamento é uma multa e a cassação do alvará, o que também tira o medicamento do mercado.
No ano passado, a Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Alesc) aprovou R$ 30 milhões no orçamento do governo estadual deste ano para a causa animal. Egídio, com a deputada Paulinha (Podemos), fizeram a emenda para investir na política pública de atendimento veterinário e de castração estadual de animais.
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