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Deputado retira projeto que previa volta das aulas a partir de junho, em Santa Catarina

João Amin (PP) disse que projeto foi distorcido por campanha contrária

O deputado estadual João Amin (PP) retirou nesta terça-feira, 19, o projeto de lei que reconhecia a educação como atividade essencial no Estado de Santa Catarina e trazia cronograma de retornos da aula. O texto foi protocolado na Assembleia Legislativa na segunda-feira, 19. Ao justificar a retirada, o deputado alegou que a proposta “foi destorcida e uma campanha contrária foi orquestrada”.

Em seu comunicado, o parlamentar destacou que vinha debatendo este tema com representantes da área de Educação, tendo inclusive promovido a convocação do secretário de Estado da pasta para uma sessão especial na Alesc. Como o governo não tomava uma iniciativa, ele apresentou uma proposta.

“A Educação também precisa ser tratada como uma atividade essencial e foi esse o objetivo do nosso projeto. Tenho convicção de que o colapso escolar é iminente, tendo em vista a falência econômica que se avizinha”, declarou no plenário.

João Amin também informou que tentou contato com o secretário de Educação com intuito de aprimorar a matéria, mas que o mesmo negou-se ao diálogo.

A proposta

De acordo com o projeto, a Secretaria Estadual de Educação ficaria responsável por determinar as medidas de segurança, sanitária e epidemiológicas aplicáveis. Já as aulas retornariam por etapas: a partir de 17 de junho (ensino infantil); 1º de julho (ensino fundamental e médio); e 15 de julho (ensino superior, cursos técnicos e de serviço educacional de qualquer outra natureza).

O uso de máscaras seria obrigatórios para equipe técnica e de apoio, mas não para professores e alunos. A presença seria facultativa nas quatro primeiras semanas. No ensino infantil, fundamental e médio, as turmas com mais de oito alunos seriam divididas em duas: uma com aulas segundas e quartas-feiras, e outras com aulas nas terças e quintas-feiras. As sextas-feiras seriam alternadas.

Segundo o deputado, o projeto não obrigava, mas autorizava àquele que não tinha condição de manter os filhos em casa a ter a opção da escola. “Propusemos uma alternativa, com transição gradativa e um cronograma de retorno responsável. Porém, o projeto foi destorcido e uma campanha contrária foi orquestrada para desconstruir a proposta”, se queixou.

Secretarias de Educação e Saúde em Blumenau são contra retorno

Para a secretária da Educação de Blumenau, Patricia Lueders, é inviável manter o distanciamento entre os pequenos. Além disso, ela defende que a decisão não cabe ao poder legislativo.

“Para nós é muito óbvio: a decisão cabe à Secretaria de Saúde do Estado. Não somos nós da Educação que temos que decidir, muito menos a Assembleia Legislativa. Sabemos que é um ato democrático, entendemos que muitos pais voltaram a trabalhar e temos consciência da questão econômica. Mas temos que pensar na saúde das crianças”, defende.

Patricia cita como exemplo a reabertura das escolas na França. O movimento havia sido similar com o proposto pela Alesc, iniciando pelo ensino infantil e progredindo até o segundo grau. Entretanto, uma semana depois, algumas instituições voltaram a ser fechadas após o número de casos subir.

“As decisões do nosso município estão pautadas nas decisões da Secretaria de Saúde do estado. Claro que se olharmos só no lado econômico e a necessidade das famílias o ideal seria que começasse amanhã. Mas a vida das nossas crianças precisa ser prioridade”, opinou o prefeito Mário Hildebrandt em coletiva nesta segunda-feira, 18.

Na transmissão, o Secretário de Saúde Winnetou Krambeck explicou a importância de interromper as aulas. As crianças, por muitas vezes não apresentarem sintomas, podem espalhar a doença com mais facilidade.

“Estamos sempre falando da gravidade nos idosos e doentes crônicos, mas os jovens e crianças também são afetadas. E muitas vezes são eles que transmitem o vírus para essas pessoas”, explica.

 

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