Desocupação de salas comerciais em Blumenau devido à pandemia impactou mercado imobiliário

Setor buscou dialogar e se adaptar às condições de inquilinos e mostra recuperação

O setor imobiliário foi um dos que sentiu impactos da pandemia. Segundo Tadeu Avi, vice-presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis e dos Condomínios Residenciais e Comerciais (Secovi) de Blumenau e Região, o cenário precisa ser visto através de duas perspectivas, pelos imóveis residenciais e os comerciais, em razão dos efeitos diferentes que tiveram durante esse período.

Comerciais

Na área de imóveis comerciais, Avi revela que no início da pandemia a desocupação desse tipo de imóvel foi bastante significativo. “Neste setor, houve a necessidade de ser negociado cada caso isoladamente, ou seja, o inquilino apresentava sua condição em decorrência da pandemia e era analisado o que poderia ser feito para manter a relação locatícia e, neste momento, as imobiliárias foram importantíssimas para ajudar as partes – locadores e inquilinos – a buscar a melhor solução”.

Ele explica que, na maioria dos casos, ocorreu a suspensão parcial da cobrança do aluguel por três a quatro meses, num percentual médio de 30%. A diferença mensal do valor seria paga quando houvesse a volta do pagamento integral do aluguel. “Para alguns setores isso ajudou bastante, porque logo as atividades voltaram e foi possível recuperar”, analisa Avi. Dependendo de cada caso, em busca do equilíbrio, os descontos ficaram entre 10% e 40%.

Outro caso que o representante do Secovi relata é de escolas, creches, festas e eventos, que estão com suas atividades ainda não “normalizadas”, mas que possuem espaços alugados, há casos que estão pagando metade do aluguel. “Os locadores estão sendo bastante compreensíveis e ajudando os inquilinos a manterem suas instalações na expectativa que possam em breve retomarem suas atividades”.

Avi observa ainda que algumas atividades que já estavam com dificuldades antes da pandemia acabaram encerrando seus negócios e devolvendo os imóveis, mas vê de forma otimista a recuperação do setor. “Acreditamos que o pior momento já passou e o mercado está se restabelecendo à normalidade, com procura acentuado por imóveis para locação”.

Residenciais

De acordo com Avi, o impacto nessa área específica foi menor. Um dos motivos que enumera é que acredita que o auxílio emergencial, do governo federal, tenha ajudado aqueles que tiveram parte da renda comprometida. Ele conta que a procura por imóveis continuou, mesmo que no início houve uma diminuição acentuada. 

Hoje, o vice-presidente diz que o setor está trabalhando dentro da normalidade. Explica que clientes que entregaram imóveis maiores e optaram por menores, ajustando o imóvel e preço do aluguel às suas possibilidades financeiras.

“Cabe destacar o aumento significativo da procura por casas e, em muitos casos, justamente para usá-lo como residência e exercer a atividade comercial, haja vista que muitos inquilinos de imóveis comerciais, principalmente salas comerciais, devido ao isolamento social imposto pelas autoridades, perceberam que poderiam exercer suas atividades da própria casa (nova experiência) e com isso, devolveram imóveis e optaram pelo home-office”. 

Ele revela que outro motivo para as pessoas estarem procurando casas são pelas dificuldades de morar em apartamentos durante o isolamento social. Segundos os relatos que recebeu, há mais liberdade e coisas para ocupar o tempo e distrair a mente neste período. 


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