Detento que teve coração arrancado por colega de cela era integrante do PGC

Guardas observaram início da briga pelas câmeras, mas o crime aconteceu em um ponto cego da cela

O delegado Juraci Darolt declarou a investigação envolvendo o homicídio de Alexander Alves na Penitenciária Industrial de Blumenau encerrada. Luiz Carlos Keller será indiciado por homicídio qualificado após matar o colega de cela e arrancar o coração dele.

Em testemunho na 2ª Delegacia de Polícia Civil de Blumenau, outro detento que testemunhou o crime afirma que a vítima era integrante do Primeiro Grupo Catarinense, facção criminosa conhecida como PGC.

Apesar de o colega afirmar que Alexander está na facção há cerca de quatro anos, o fato não é de conhecimento da equipe da Penitenciária. Segundo eles, nenhum dos presos na cela G59 integrava uma facção, porém eles estavam a três metros de distância da galeria de celas ocupadas por integrantes do PGC, o que permite a comunicação entre eles.

De acordo com o autor do homicídio, a briga começou após Alexander receber um bilhete no qual era possível ler o sobrenome Keller. Ele entendeu que essa era uma ameaça de morte para ele ou para o irmão, que estava na mesma cela.

A versão foi confirmada por uma testemunha, que acrescentou que Alves já havia afirmado ter matado outro integrante do PGC.

Os agentes e o diretor da Penitenciária Industrial de Blumenau afirmaram que é impossível acompanhar todos os bilhetes que circulam na instituição. Apesar de alguns serem interceptados, muitos vão descarga abaixo ou são engolidos antes de serem lidos pelos seguranças.

Câmeras registraram apenas parte do crime

A briga física entre Alves e Keller começou por volta das 19h15. Alves teria demorado a entrar na discussão, mas ao descer da cama deu a primeira gravata. Keller, por ser maior que a vítima, teria conseguido se desvencilhar e se apoiou na cama para usar o impulso e chutar o rosto de Alves.

Parte do crime foi registrado pelas câmeras de segurança, mas o ângulo da cela não permitiu que o assassinato em si fosse registrado.

Ainda segundo o colega de cela dos dois, Keller teria dado mais um soco na boca de Alves antes de dar a gravata que o derrubou. Com um último chute no maxilar, ele teria pressionado o pé direito no rosto da vítima até ter certeza de que ele morreu.

Ao que tudo indica, o peito da vítima foi aberto com uma lâmina de barbear. Não se descarta a possibilidade de o autor ter usado outra ferramenta que teria entrado na cela ilegalmente e descartado ela pela janela.

Porém, o colega de cela declarou que ele tentou primeiro com uma lâmina pela lateral esquerda do peito, sem sucesso. Então, usou outra para abrir o tórax no meio. O coração foi retirado com as próprias mãos, com muito esforço.

Em seu relato, a testemunha afirma que ele ergueu o órgão, que ainda batia, para mostrar para os colegas, afirmando que não tinha nada a perder. Em seguida, Keller teria usado sua roupa para limpar o sangue, se lavado e trocado as vestimentas antes de chamar os seguranças e declarar que havia cometido o crime.

O próprio autor carregou o corpo de Alves para fora da cela, em cima de um colchão. Em seguida, colocou uma sacola plástica transparente com o coração ao lado. A cena foi registrada pelas câmeras.


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