Da garagem de casa à referência nacional de moda infantil: Grupo Texpa, de Blumenau, completa 35 anos
Fundada em 1989 com nome de Pacífico Sul, empresa exporta atualmente para 20 países e atende 6 mil pontos de venda no Brasil
O que começou como uma pequena produção em um sótão da loja em Blumenau, hoje é um grupo de 35 anos, composto por sete marcas com foco no vestuário infantil e adulto. O Grupo Texpa, anteriormente conhecido como Pacífico Sul, celebra o aniversário neste mês de maio em franco crescimento, se tornando referência no Brasil e também exportando para 20 países.
Considerada “Top 3” da moda infantil brasileira, a empresa gera 1 mil empregos diretos e cerca de 1,5 mil indiretos, se tornando uma das que mais emprega em Blumenau. Mesmo após a pandemia e a crise do consumo pós-eleições, nos últimos cinco anos o crescimento anual é, em média, de 15% a 16%. Já são 6 mil pontos de venda atendidos pela marca em todo o Brasil.
Fundado pelo casal Célio Martins e Jandira Teresinha Bett Martins, o grupo é hoje administrado por seus filhos, os sócios Célio Martins Junior e Sabrina Bett Martins Cerede. Em um modelo inovador para a região, por méritos próprios, mais quatro colaboradores de longa data possuem participação e integram o quadro societário da empresa.
As marcas infantis que pertencem ao grupo são Kukiê. Infanti, Vic&Vicky, Lilimoon, Johnny Fox, Luc.Boo. Recentemente foi criada também a Linzzi, que atende o público adulto feminino, com resultados surpreendentes, conforme os gestores.
Desafios de empreender no Brasil
Chegar aos 35 anos não é tarefa fácil para nenhum empreendedor, e mesmo assim o grupo blumenauense atingiu a marca em pleno crescimento, consolidada no mercado. Para Célio Martins Junior, CEO da empresa, talvez seja justamente essa dificuldade que tenha feito a Texpa se destacar.
“Empreender no Brasil é uma loucura. Acaba sendo um ambiente inóspito, com toda a insegurança jurídica e tributação. Mas devido a isso, são poucos os que ficam. Em um mar revolto, poucos aceitam navegar”.
Para se manter atualizado com as tendências de mercado, o trabalho na Texpa é intenso. Como o foco é no têxtil e, portanto, é necessário acompanhar a moda. Sabrina é a diretora criativa, e conduz a equipe que tem esta responsabilidade. “Investimos muito em pesquisa. São viagens internacionais todos os anos, assinamos as principais plataformas de moda. Nossa equipe também viaja pelo Brasil e conversa com os lojistas, para entender suas demandas. Essa é a forma de conseguir acompanhar as tendências”, afirma Célio.
A empresa também investe muito em tecnologia, de acordo com o CEO do grupo. “Lançamos cerca de 20 produtos novos todos os dias. Tem que ter muita tecnologia para fazer essa roda girar. Tudo que tem de mais avançado no mercado, se nós não desenvolvemos, nós contratamos”.
Começo do grupo Texpa
Célio Martins trabalhava na antiga Cetil, um dos pilares da tecnologia da informação em Santa Catarina, enquanto Jandira era bancária e trabalhava no Banespa. Quando Célio deixou o emprego, montou uma empresa junto aos irmãos e o pai, tecendo malhas para vender.
Ele deixou essa iniciativa para abrir o negócio próprio, com nome de Pacífico Sul, em maio de 1989. A loja comprava do atacado de São Paulo para revender no bairro Garcia. Com o tempo, perceberam que poderiam lucrar mais se produzissem as próprias peças, o que os fez começar a fábrica própria no sótão da loja. Depois, foi aberta uma unidade no bairro Ponta Aguda.
Célio Junior lembra de quando começou, junto à irmã, a colaborar com a empresa da família, desde a infância. “Nascemos dentro uma indústria, por isso temos esta paixão por ser industrial. Nossas brincadeiras eram empilhar caixas de fio, brincar de costurar peças”.
Com o tempo, a empresa cresceu e passou a gerar mais emprego. No começo havia apenas a Pacífico Sul, e depois foram sendo criadas as marcas para segregar por nichos, como infantil, infanto-juvenil, etc. A mudança para o nome Texpa ocorreu em 2021, como uma estratégia de rebranding e recolocação no mercado, sendo “Tex” do têxtil e “Pa” de Pacífico.
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