Aos 61 anos de idade, Dorival Jr, aposta da CBF para comandar a seleção brasileira e recolocá-la no topo do futebol mundial, foi apresentado oficialmente, e em entrevista coletiva nesta quinta-feira, 11, falou pela primeira vez como treinador do Brasil.

Campeão por Flamengo e SP, seus dois últimos trabalhos, Dorival agora terá pela frente o maior desafio da sua carreira:

Terá que construir uma equipe nacional que volte a ser protagonista, vencedora e, mais do que isso, que jogue um futebol capaz de recuperar a confiança e o interesse do torcedor brasileiro pela seleção.

Tarefa árdua, principalmente pelo pouco tempo que terá para treinar os selecionados. Vai precisar mostrar um serviço diferenciado no que que diz respeito a construção de um modelo de jogo que seja eficiente.

O que se espera da Seleção é um futebol de qualidade, que jogue de
forma objetiva, ofensiva e com solidez defensiva. E convenhamos, a seleção brasileira, já tem um tempinho, que carece de um sistema tático de jogo moderno e consistente, para ser competitiva contra os gigantes europeus.

É preciso implantar um padrão, uma forma de jogar que potencialize a qualidade do futebol que se pratica por aqui e que um dia foi considerado o melhor do mundo. Paramos no tempo do ponto de vista tático. E para ter um time letal no ataque, criativo, rápido e inteligente no meio e seguro e sólido na defesa, Dorival terá que ir além do seu tradicional “feijão com arroz”.

Para bater de frente contra as grandes seleções mundiais, a mentalidade tática do Brasil precisa evoluir, porque o futebol atual exige tal mudança. Foi-se o tempo em que a criatividade, a técnica e a habilidade individual do jogador brasileiro resolviam em jogos complicados.

Hoje, contar apenas com a qualidade técnica individual, já não é o bastante. As últimas três eliminações e fracassos nos Mundiais escancaram o quanto é preciso trabalhar organização tática e inteligência emocional na seleção.

E se olharmos a geração atual e a escassez de craques, ao contrário de outras épocas, como anos 70 e 80, por exemplo, quando era possível montar pelo menos duas seleções de alto nível, se torna ainda mais necessário e imprescindível, priorizar a estratégia tática, voltada para um futebol objetivo, eficiente, sem abandonar o nosso DNA.

Em 2024 estão previstos ao menos 12 jogos: as partidas das Eliminatórias, a Copa América nos Estados Unidos e os jogos amistosos.

E já em março Dorival terá dois verdadeiros testes, contra Inglaterra e Espanha, em jogos amistosos na Europa.

Gosto do Dorival. É um bom treinador que determinou: “A partir de agora não é a seleção do Dorival é a seleção do povo brasileiro”. A declaração durante a coletiva arrancou aplausos de quem estava presente na apresentação do novo técnico do Brasil.

É assim que Dorival quer que a seleção seja chamada sob seu comando. Dorival passa credibilidade, é admirado e respeitado no meio e tem potencial para reconquistar o torcedor. Mas em campo, seu estilo de jogo, na base do “feijão com arroz” terá que ser aprimorado.

E, para ser a seleção do povo, será fundamental também uma mudança de postura dos jogadores brasileiros, como pede o novo treinador. Torço por ele! O “país do futebol” precisa evoluir na forma de treinar e jogar. É o que o povo espera da sua nova seleção.