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Duo de DJs de Blumenau retorna de turnê na Europa após passar por seis países em um mês

Turnê confirmou o reconhecimento do duo no exterior

O duo de DJs de Hard Techno blumenauenses, Tegron, retornou ao Brasil na segunda-feira passada, 29, depois de sua primeira turnê internacional. Em abril, os artistas percorreram seis países com o techno, sendo Portugal, Alemanha, Suíça, Rússia, Bélgica e Inglaterra.

Jorge Domingos Júnior e Natan Amboni de Souza, os artistas, vêm se destacando cada vez mais no cenário underground no Brasil. Contudo, a turnê confirmou que o duo já era bem conhecido no exterior, contando inclusive com fãs que esperavam a chegada dos DJs.

Vlad Medvedev/Reprodução

“Poder conhecer pessoas, cenas e movimentos de diferentes países foi algo muito incrível, principalmente pelo fato de conseguirmos identificar a característica, tanto comportamental como estética, como cada detalhe de cada lugar, como se comporta de forma diferente, com base numa cultura e cena que acaba se desenvolvendo em cada lugar”, explicam. 

Neste sábado, 4, o Tegron fez sua primeira apresentação no Brasil após a turnê. Ela aconteceu na festa Feral, no Inferno Techno Bar, em Blumenau. A festa foi a primeira de muitas do selo Feral, um núcleo independente voltado para vertentes do Hard Techno.

Para acompanhar o Tegron, siga nas redes sociais: Soundcloud, Facebook, Instagram, Youtube, Spotify, TikTok, site da Tegron Clothing e Instagram da Tegron Clothing.

Festas, lugares e datas

Arquivo Pessoal
  • 04/04: Riktus, em Lisboa, Portugal
  • 05/04: Gegen, em Berlim, Alemanha
  • 06/04: Kinker, em Basel, Suíça
  • 12/04: Monasterio, em Moscou, Rússia
  • 19/04: Club Hard, em Antuérpia, Bélgica
  • 25/04: Riktus, em Lisboa, Portugal
  • 27/04: EgoxDeath, em Londres, Inglaterra

“A experiência foi, com certeza, a maior das nossas vidas até então. Nós já almejávamos alcançar isso e conseguir atingir públicos do mundo inteiro, mas nós não imaginávamos que essa experiência fosse algo tão grandioso”, contam os artistas.

O feedback da Eurotour, organizada pela Riktus Agency, foi extremamente positivo. Desde novembro de 2023, o Tegron foi agenciado por uma empresa de Lisboa, a Riktus, que abriu as portas para os clubes internacionais entrarem em contato.

Arquivo Pessoal

“As mensagens que nós recebemos nas redes sociais, após as apresentações, sempre foram de muito carinho, muita satisfação, agradecimento por todo o trabalho desenvolvido junto. Muitos deles, já deixando claro que na próxima vez, na nossa próxima turnê, querem estar nos contratando novamente”, confirmam.

Destacando o Hard Techno e o pertencimento

Mesmo se tratando de lugares com culturas e contextos diferentes do Brasil, os DJs revelam que todos tinham uma linguagem em comum e que os unia: a música, em especial, o Hard Techno e suas vertentes.

“O nosso som tem várias características peculiares que estão presentes sempre nas nossas apresentações e elas estiveram presentes em todas as nossas estreias e tivemos um retorno muito positivo, mesmo sendo em lugares diferentes, com pessoas diferentes e cenas diferentes”, elabora o duo.

Diogo ‘Framekillah’ Lima/Reprodução

Além disso, Tegron conta que chegaram a ter três apresentações em três países diferentes em três dias consecutivos. “Então, realmente é uma corrida contra o tempo a todo momento. E isso acaba nos forjando, mostrando o quão dispostos nós estamos pra fazer com que essa nossa arte chegue tão longe e tenhamos um reconhecimento disso”, dizem.

Ao chegarem nos países, os DJs explicam que ficaram surpresos pelo reconhecimento que tinham. “Primeiramente pelo fato das pessoas pedirem para bater foto, falarem sobre o nosso trabalho, falarem como nos conheceram, há quanto tempo acompanham o nosso trabalho. Pessoas que nós não tínhamos nem noção, que acompanhava, que conhecem o nosso trabalho, demonstrando uma alegria e uma realização de estar podendo ver a gente se apresentar”, Tegron relata.

Jens Mertens/Reprodução

Por conta da viagem e da possibilidade de conhecer outras pessoas com a mesma paixão pela música, outro fruto foi a rede de contatos que foram capazes de desenvolver. “O fato de sermos brasileiros também acaba impressionando bastante todos eles, pois eles não têm muito conhecimento sobre como a cena do Hard Techno acontece no Brasil. Embora ela aconteça, mas claro, em proporções muito menores do que lá”, destacam.

Contudo, os DJs contam que tiveram a oportunidade de ter uma imersão na cultura de alguns dos lugares que visitaram. A dupla menciona Lisboa, em Portugal, como um dos lugares que mais puderam aproveitar por terem tido duas datas marcadas na cidade e ela ter servido como sede para eles. Moscou, na Rússia, foi a segunda que o duo pôde conhecer melhor por terem ficado na cidade por quatro dias.

Monasterio Moscow

Sendo uma das festas de Hard Techno mais conhecidas do mundo, a Monasterio foi uma das datas em que os DJs de Blumenau se apresentaram em Moscou, na Rússia. Além do mais, na data em que se apresentaram, os artistas tocaram em uma edição especial de aniversário de 11 anos, que contava com cerca de 3 mil pessoas.

A festa acontece no interior de fábricas antigas da época da União Soviética, que foram reformadas para comportar eventos e um club. “E é algo completamente diferente de tudo que a gente vive aqui. E essa oportunidade foi incrível porque a Monasterio sempre foi uma referência pra gente aqui no Brasil”, Tegron revela.

Indo além de uma chance de conhecer um local e uma cultura diferente, os DJs contam que conseguiram participar do evento da Monasterio do início ao fim e tiveram uma imersão no trabalho.

“São onze anos de trabalho, é realmente uma festa extremamente bem organizada, muito bem feita. Os artistas têm um suporte muito grande. Enfim, todo o serviço de hospitalidade deles é muito grande. Superou muito as nossas expectativas”, elogiam.

@schneider_ph_/Reprodução

Uma outra diferença cultural encontrada pelos artistas foi a forma como os fãs do estilo musical encaram essa arte. “As pessoas lá se entregam à arte de uma forma muito incrível. Nós até comentamos entre si que a forma de dançar do público em Moscou é diferente. O som que eles acabam ouvindo é diferente”, refletem.

Riktus Party

A penúltima apresentação do duo foi no Dia da Liberdade, feriado nacional em Portugal, na festa Riktus, da agência contratante dos DJs, conhecida por encabeçar o estilo underground de Lisboa.

Diogo ‘Framekillah’ Lima/Reprodução

A edição especial teve a apresentação gravada e o duo conta: “As pessoas compareceram em peso à festa, realmente teve muito público. Nesta edição, por ser Boiler Edition, o palco é deslocado para o meio da pista e o público cerca o artista na hora da apresentação. Então, foi uma experiência incrível, tanto pelo fato de poder se apresentar numa data tão significativa para o país e as pessoas que moram lá, tanto como esse formato de apresentação, pelo fato de a gente acabar tendo um contato bem mais próximo, as pessoas ficam literalmente muito próximas e foi muito legal”.

“Nós adoramos e com certeza foi uma das apresentações onde a gente conseguiu mais um contato próximo com o público. Tanto, digamos, para o pessoal que estava na pista de dança, como o pessoal que estava atrás da gente, também na pista de dança, porque nós estávamos no meio, então foi uma experiência bem singular”, expressam.

Diogo ‘Framekillah’ Lima/Reprodução

Nesta apresentação, o Tegron foi o headliner da noite, tocando no melhor horário e com o maior número de pessoas. “Quando a gente entrou, o público estava muito esperando por aquilo, tinha muitas pessoas que já conheciam o nosso trabalho, que já acompanhava a gente nas redes sociais e estavam ali pra nos ver”, Tegron reitera.

“Isso nos impactou bastante, assim, porque ver pessoas de outro país, em outro continente que acompanham o teu trabalho e estão esperando pra te ver, esperando anos pra te ver, isso realmente é bem impactante. A gente ficou muito feliz, muito… Um reconhecimento muito incrível”, concluem.

Sobre possibilidades e constante ascensão

Por mais que tenham retornado há apenas uma semana, o Tegron anuncia que já está analisando uma nova proposta de turnê ainda neste ano. Contudo, os artistas avisam que o foco neste momento é colocar os trabalhos em dia em velocidade total, organizar eventos como o Phobia Project e, quem sabe, impulsionar apresentações aqui mesmo no Brasil.

Diogo ‘Framekillah’ Lima/Reprodução

Os artistas blumenauenses encerram com uma a mensagem que desejam passar para os alunos e todos os artistas underground no Brasil: 

“Todo o trabalho feito com dedicação, quando você realmente se entrega e trabalha dedicado, focado nisso, ele vai haver um reconhecimento, seja a curto ou longo prazo. Infelizmente, aqui no Brasil, o retorno, sobre todo esse trabalho de arte underground ainda é mais longo, é necessário que a pessoa trabalhe mais tempo e desenvolva mais essa arte para conseguir ter algum retorno”.

“Mas, cada vez mais, esse prazo está diminuindo e essa cena vem crescendo. Tanto em território europeu, como aqui na América do Sul, nos outros países, como em Moscou, na Rússia. Enfim, todos esses lugares possuem uma cena gigante dessa arte, e ela cada vez mais está sendo reconhecida, está caindo tanto no gosto do brasileiro, como na rotina. Então é importante sempre saber que o céu é o limite e quem determina isso somos nós mesmos.”

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