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Dupla que torturou jovem e gravou assassinato em Blumenau é condenada

Homens integravam facção criminosa e passaram pelo júri popular

Dois homens foram condenados pelo júri popular em Blumenau nesta quarta-feira, 25. Eles foram considerados culpados pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, organização criminosa e ocultação de cadáver.

A motivação do assassinato foi considerada torpe, já que partiu de uma dívida envolvendo drogas. O crime ainda foi considerado cruel por envolver tortura e a vítima não teve a possibilidade de se defender.

Ailson José da Silva, de 20 anos, foi morto no dia 12 de fevereiro de 2019. A operação policial para encontrar os autores chegou a receber nome: Falso Profeta. Após o corpo ser localizado, dois homens foram presos no fim de março.

A vítima foi raptada em Gaspar e trazida até uma residência em Blumenau. Ali, passou por várias horas de torturas e agressões físicas. Em seguida, foi morto com golpes de um instrumento cortante na região do pescoço.

Após o assassinato, Ailson foi queimado e abandonado em uma pedreira próxima ao rio Itajaí-Açu, na rua Silvano Cândido da Silva Senior. Além da violência, os assassinos filmaram o crime e distribuíram as imagens via WhatsApp. No vídeo, a vítima é chamada de “falso profeta” pelos assassinos.

Julgamento revelou mais detalhes cruéis

Segundo a denúncia da 9ª Promotoria de Justiça da Comarca de Blumenau, a facção se reuniu e decidiu que Ailson deveria ser “‘afastado’ de suas funções por agir de má-fé e não cumprir com seus compromissos”.

Cumprindo o “decreto” da facção, Douglas Vinicius da Rosa, Rodrigo da Fonseca Gonçalves, Ygor Luiz Rosa, um denunciado que está foragido e um adolescente trouxeram o homem até uma casa em Blumenau e realizaram as torturas.

Chegando ao local, a vítima foi agredida com socos e chutes, teve as mãos amarradas com um cinto, a boca amordaçada e foi sufocado com uma sacola na cabeça enquanto era agredido.

Douglas, Ygor, Rodrigo e o adolescente levaram o homem no porta-malas de um carro até um local conhecido como “capelinha”, no bairr Ponta Aguda. Lá, os criminosos continuaram a tortura, cortaram o pescoço da vítima e atearam fogo ao corpo.

Os denunciados filmaram o crime com os celulares. Nas imagens, eles falam palavras em referência à organização criminosa.

A Promotoria de Justiça denunciou cinco homens pelo crime. Entre eles, Ygor Luiz Rosa já foi julgado e condenado e um outro homem está foragido.

Douglas e Rodrigo foram julgados e condenados em sessão do Tribunal do Júri da Comarca de Blumenau. Outro homem denunciado foi absolvido por falta de provas, conforme pedido do MP-SC.

Rodrigo da Fonseca Gonçalves cumprirá a pena de 20 anos e seis meses de prisão. Douglas Vinicius da Rosa terá que cumprir a pena de 16 anos e seis meses de prisão.

A decisão é passível de recurso, mas, como os condenados já estão em prisão preventiva, não poderão recorrer em liberdade.

Informações sobre as possíveis sanções aplicadas ao adolescente cooptado pelos réus para cometer o crime não podem ser divulgadas por ele ser menor de idade.


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