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“Recebi proposta de compra da empresa e nem quis ouvir”; no ano do centenário, Altenburg chega ao auge do desenvolvimento

Chegar aos 100 anos é uma tarefa árdua para qualquer negócio no Brasil. Porém se aproximar do centenário em pleno desenvolvimento, com projetos de expansão e lançando tendências no ramo é um desafio que apenas um grupo seleto de empresas é capaz. Dentre elas está a Altenburg. Ao longo desta semana, a empresa que é […]

Chegar aos 100 anos é uma tarefa árdua para qualquer negócio no Brasil. Porém se aproximar do centenário em pleno desenvolvimento, com projetos de expansão e lançando tendências no ramo é um desafio que apenas um grupo seleto de empresas é capaz. Dentre elas está a Altenburg.

Ao longo desta semana, a empresa que é presidida por Rui Altenburg desde 1970 realiza uma apresentação da nova coleção de produtos ao trade têxtil no espaço Don Concept Hall.

Em um showroom de encher os olhos que celebra o centenário da empresa, Rui e seu filho, Tiago Altenburg, diretor comercial da marca, atenderam a coluna e revelaram alguns dos segredos da longevidade da empresa, além de comentarem sobre alguns dos planos para o centenário e o futuro da Altenburg.

Resiliência

Ao ser perguntado sobre os desafios desses mais de 50 anos a frente da empresa, Rui Altenburg para, pensa e olha para frente. O gesto típico de quem tem muita história pra contar, e reflete em como resumir tudo isso em poucas e objetivas palavras. Afinal, não é apenas uma relação empresarial: ainda bebê, Rui era levado para a empresa por sua mãe ao empreendimento de sua avó, Johanna Altenburg.

“Acompanhei esta evolução de perto. As condições operacionais que tínhamos no começo não eram nada comparadas a atualmente. Foram muitos desafios, cheios de momentos de altos e baixos. Fabricávamos essencialmente os acolchoados, hoje chamados de edredons, e então partimos a novos produtos. Assim fomos aumentando o grupo de colaboradores. Eramos 500, chegamos a 1 mil e agora ultrapassamos a marca de 2 mil funcionários”.

Tiago Altenburg resumiu bem o motivo de a empresa estar tão consolidada. “É resiliência. Saber se adaptar ao momento e persistir. Sabe aquela criança que ia embora quando perdia a brincadeira? Então, meu pai não parou de ‘brincar’. Ele fez a empresa se reinventar”.

O amor e respeito pela empresa familiar fez com que Rui, inclusive, recusasse propostas de grandes grupos. Além disso, pesou o fato de que a nova geração, representada por Tiago, tem interesse na manutenção do negócio. “Recebi proposta para compra da empresa, mas nem quis ouvir. Como meus filhos tinham interesse, pensei: quero chegar aos 100 anos da empresa, pelo menos”.

Mudança na diretoria e expansão

Rui Altenburg passa a tocha para o segundo filho, Tiago Altenburg. | Foto: Pedro Waldrich/Divulgação
  1. Não é mais segredo que a Altenburg trabalha em uma mudança no quadro diretor, a começar pela presidência que será passada para Tiago. O segundo filho de Rui explica que o objetivo é dar seguimento às operações mantendo a cultura da empresa.

“Uma empresa de 100 anos não se faz com decisões de curto prazo. Tudo precisa ser pensado para um extenso prazo de tempo. Dessa forma pretendemos avançar por mais tempo ativos no mercado”.

Atualmente, a Altenburg conta com duas unidades fabris em Blumenau, uma em Sergipe, uma em São Roque (SP) e outra no Paraguai. Os planos para seguir expandindo existem, mas esbarram na atual conjuntura econômica. “Acho que é o momento de consolidação. O custo do frete internacional impactou muito. O Brasil também vive um processo de desindustrialização, que é um pecado”, afirma Rui.

Mas, se resiliência é a palavra que sustenta a Altenburg e a cultura da empresa será preservada, é fácil imaginar que a empresa passará com louvores por mais essa. E que venham mais 100 anos!


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