No Brasil, entre as crianças de 5 e 9 anos, 13,2% são afetadas pela obesidade infantil, conforme aponta levantamento realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Há ainda a estimativa de que 6,4 milhões de crianças tenham excesso de peso e 3,1 milhões já evoluíram para obesidade.  Os números reforçam a necessidade de olhar para a educação alimentar ainda na infância com maior atenção.

“Se alimentos ricos em açúcar ou gordura saturada, por exemplo, não fazem bem para um adulto, imagine para uma criança que ainda está em fase de desenvolvimento. É muito importante manter uma dieta rica em frutas, verduras e alimentos ricos em vitaminas que ajudam na distribuição correta dos nutrientes no organismo. Crianças saudáveis certamente serão adultos saudáveis”, defende a nutricionista Luciana da Silva, 27.

Um dos caminhos de se cuidar da saúde alimentar dos pequenos é prestar atenção no que eles levam de lanche ou se alimentam nas escolas. Salgadinhos, refrigerantes, biscoitos recheados devem sair de cena e dar mais espaço a alimentos que já conhecemos bem, como arroz, feijão, legumes e frutas.

Existem instituições que já oferecem uma alimentação mais saudável aos seus alunos, porém, a mesma medida não se aplica a todas. No Rio de Janeiro, por exemplo, um Projeto de Lei foi protocolado e a intenção é que seja proíba a venda nas cantinas dos colégios de alimentos ultraprocessados e bebidas açucaradas, como forma de enfrentar a obesidade na infância e na adolescência.

Na proposta, que segue em tramitação, além da proibição nas escolas, estabelecimentos comerciais como as cantinas, devem exibir os produtos ultraprocessados a um metro de altura dos estudantes. Na lista de alimentos vetados pelo projeto estão: refrescos, refrigerantes e bebidas do tipo néctar; embutidos; balas; congelados prontos para aquecimento; panificados cujos ingredientes incluam substâncias como gordura vegetal hidrogenada, açúcar, amido, soro de leite e outros aditivos; e bolos industrializados.

A pandemia da Covid-19 também agravou a situação e teve como consequência um impacto importante na alimentação das crianças e adolescentes, além do aumento do sedentarismo. Os efeitos de uma mudança repentina na rotina das crianças foram negativos e afetaram não somente a saúde mental, mas também o bem-estar físico.

“A família sempre será o maior exemplo para uma criança, então mais importante que ensinar a comer bem é mostrar que você também se alimenta de forma saudável. Mostre a elas a imensidão de possíveis alimentos que podem ser consumidos, não somente biscoitos ou sucos de caixinha. Leve-os às feiras ou supermercados e os oriente a escolher opções que eles gostem. Ensine-os a preparar alguma refeição com ingredientes saudáveis”, salienta a nutricionista Luciana.

Além disso, conhecer as preferências e os gostos dos pequenos é um passo a mais para uma mudança na alimentação. “Crianças gostam de coisas coloridas e o essencial é que no prato tenham cinco cores diferentes. Uma comida colorida é sinônimo de uma refeição com nutrientes necessários, além de ser uma forma de diverti-los associando o alimento com as cores. Por isso, invista em ingredientes que, de forma lúdica, promovam a educação alimentar aos pequenos”, conclui.