Cinco vereadores se apresentam como candidatos a presidente da Câmara de Blumenau
História recente mostra que a cadeira pode significar ascensão, mas também ocaso político
A mística em torno da cadeira de presidente da Câmara de Vereadores
Passadas as eleições nacional e estadual, a política local volta os olhos à escolha da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Blumenau, prevista para dezembro. A presidência da Casa da rua das Palmeiras é importante não somente pela visibilidade que o cargo oferece, como também possibilita ao detentor conduzir a pauta e, por consequência, ganhar musculatura política.
A eleição para o mais alto posto do Legislativo deve esquentar nos próximos dias e será um termômetro que indicará a postura dos principais agentes políticos da cidade nos próximos anos. Além do cargo de presidente, a Mesa Diretora é composta por vice-presidente, primeiro-secretário e segundo-secretário.
O mandato é de dois anos e o regimento interno não permite recondução para o mesmo cargo. Até agora, apresentaram-se como postulantes ao cargo de presidente pelo menos cinco vereadores: Alexandre Matias (PSDB), Almir Vieira (PP), Alexandre Caminha (PSD), Marcelo Lanzarin (MDB) e Professor Gilson (PSD).
A escolha do presidente da Câmara interessa não somente aos 15 vereadores como também ao prefeito. Mário Hildebrandt (PSB) está em um momento crucial de seu mandato e os próximos dois anos serão definitivos para seu futuro político. A escolha do presidente da Casa Legislativa e a postura do prefeito frente à disputa serão decisivas para que Hildebrandt mantenha maioria na Casa.
A presidência da Câmara Municipal de Blumenau tem sido emblemática para seus ocupantes. Há uma lenda que envolve os destinos díspares que tiveram alguns integrantes do posto na história recente.
Depois que sai do cargo, o presidente gabarita-se para ser vice-prefeito, ou perde a eleição seguinte. Às vezes, os dois. José Gaspar Clerici (PMDB) foi presidente da Casa em 2007 e em 2008 perdeu a eleição. O mesmo destino teve Vanderlei de Oliveira (PT), que dirigiu a Casa de 2013 e 2014, para em seguida ficar de fora do Legislativo.
Jovino Cardoso (PROS) saltou da presidência da Casa Legislativa para o cargo de vice prefeito, mesma trajetória do atual prefeito.
Rufinus Seibt (PMDB) foi do céu ao inferno. Foi presidente nos anos de 2001/2002, vice-prefeito de João Paulo Kleinubing (DEM) entre 2009 a 2012. Depois que deixou o cargo na prefeitura, tentou voltar à Câmara, sem sucesso. A cadeira a ser disputada pode significar ascensão ao vencedor, mas também ocaso político.
A eleição da Mesa representará muito mais do que o comando da casa. Indicará os rumos do governo Hildebrandt, quem será oposição e situação nos próximos dois anos, e a corrida para o Executivo em 2020.
Josué de Souza escreve sempre às terças-feiras