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Em áudio, jovem conta a amigo como acertou tiro na namorada de 16 anos

Douglas Comunello de Siqueira diz que pensava estar brincando com a espingarda descarregada

A Polícia Civil recebeu um áudio em que Douglas Comunello de Siqueira, de 23 anos, diz ter matado acidentalmente a namorada Erica Pereira, de 16. A adolescente foi atingida por um tiro na cabeça dentro da casa de Siqueira, na rua Edmund Hackbarth, bairro Itoupavazinha, na manhã desta quinta-feira, 24.

Na gravação, que supostamente foi enviada via WhatsApp a um amigo do rapaz logo após o homicídio acontecer, Siqueira chora muito e conta que mirou a arma para Erica por brincadeira. Eles estavam no quarto quando, ao mexer na espingarda, atirou em direção à vítima.

“A menina está caída aqui”, confessa em desespero. Eles estavam juntos há cerca de três meses e a jovem ia com frequência ao imóvel. Ouça o áudio:

O delegado Douglas Teixeira explica que a prisão em flagrante foi configurada como homicídio doloso (com intenção de matar). A audiência de custódia desta sexta-feira, 25, deve definir se ele responderá ao processo em liberdade ou se permanecerá detido.

Teixeira acompanhou o rapaz até a cena do crime no começo da tarde desta quinta-feira, quando ele se entregou à polícia. Lá, deu versões diferentes sobre como o suposto acidente teria ocorrido. Em um momento, afirmou que estava sentado na porta. Em outro, que estava dentro do quarto.

O celular da vítima foi apreendido. Segundo o delegado, o casal discutia por mensagens por causa de ciúmes que Siqueira demonstrava. Ele negou ter ocorrido qualquer tipo de briga antes do disparo. Porém, o telefone dele não foi encontrado.

Segundo Teixeira, primeiro o rapaz disse aos policiais que não tinha celular. Depois, confessou ter jogado o aparelho fora. A arma do crime, uma espingarda calibre 30, que inicialmente estaria em um matagal próximo à residência, foi encontrada enrolada em um pano branco, sob uma rampa de concreto, no bairro Badenfurt.

“Foi estranho porque, se você mata uma pessoa sem querer, você deixa a arma ali e chama o socorro o mais rápido possível. Ele abriu a arma, tirou a munição, saiu do local e entregou para outro, jogou o celular fora… É estranho, né?”, disse Teixeira.

Ainda durante a ida ao local, o autor do disparo mudou a versão e confessou que havia entregado a arma a um amigo. Os agentes foram até a residência do colega, mas ele não estava. Pouco antes da 0h desta sexta, uma ligação anônima indicou onde a espingarda fora deixada.

Este foi o primeiro homicídio registrado em Blumenau neste ano. A reportagem entrou em contato com o advogado de Siqueira, mas ele havia saído para almoçar e até o momento não retornou a ligação.