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Em Santa Catarina, Bolsonaro defende voto impresso e critica ministros do STF

Visita do presidente a Joinville foi seguida por manifestação contra gestão

Em visita a Joinville na tarde desta sexta-feira, 6, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defendeu o voto impresso e fez críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Antes de falar com a imprensa, em sua chegada à sede do Corpo de Bombeiros Voluntários para receber Ordem da Machadinha, comenda máxima da corporação, chegou chamar o ministro Luís Roberto Barroso de “filho da puta”.

Sem máscara, Bolsonaro disse que o voto impresso trará mais seguranças nas eleições e garantiu ter comprovado em uma de suas lives semanais que existem fraudes na urna eletrônica, inclusive, comprovadas pelo próprio Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

No entanto, na segunda-feira, 2, o presidente foi incluído no inquérito de fake news por ter acusado sobre possíveis fraudes sem apresentar provas. A investigação foi determinada pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes.

“Usando poder da força para intimidar, abrir inquérito de fake news. Pelo amor de Deus. Fake news é o próprio ministro Alexandre de Moraes. Ele abre inquérito, ele julga, ele colhe informações  e condena. Que negócio é esse? Sem ouvir o Ministério Público. Que falta de respeito com o chefe do poder executivo”, declarou.

Para ele, auditar as urnas eletrônicas traria mais confiança ao resultado das eleições. “Existe algo mais democrático do que isso [voto impresso]? A alma da democracia é o voto. Não queremos ter dúvidas  por ocasião das eleições do ano que vem. É o que o povo quer e nós temos que atender a vontade popular”, disse.

Conforme projeção do TSE, a impressão de votos nas urnas eletrônicas pode custar até R$ 2 bilhões aos cofres públicos. Bolsonaro disse que não irá faltar recurso, “já está acertado com Paulo Guedes [ministro da economia]”, garantiu.

PEC do voto impresso rejeitada

Na quinta-feira, 5, a comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 135/19, que torna obrigatório o voto impresso, rejeitou por 23 votos 11, o substitutivo apresentado pelo relator, deputado Filipe Barros (PSL-PR).

Para Bolsonaro, a PEC não passou porque o ministro Barroso se reuniu com líderes partidários para convencê-los ao contrário.

“Barroso foi pra dentro do parlamento reuniu-se com vários presidentes e lideres partidários e, no dia seguinte, a maioria dessas autoridades passou para trocar os integrantes da Comissão. E trocaram pra botar gente pra votar contrário. Isso é democracia?”, acusou o presidente.

Além de criticar o STF, Bolsonaro também citou que a CPI da Covid-19 não apurou nada até o momento e defendeu, mais uma vez, o tratamento precoce para a doença e fez críticas à imprensa e ao ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta por “defender tratamento apenas em fase hospitalar”.

O presidente também elogiou parlamentares de Joinville e Santa Catarina que estavam acompanhando sua visita à cidade, como Jorginho Melo (PL), Rodrigo Coelho (Podemos) e Esperidião Amin (PP). Além disso, citou empresários, como Luciano Hang, ao qual disse ser seu ídolo.

“A vinda aqui é pra sentir termômetro dos empresários e do povo”, disse o presidente, sem citar investimentos para Joinville e estado.

População se manifesta contra gestão

Uma manifestação “Fora Bolsonaro” foi realizada no Centro da cidade após a visita do presidente. O ato realizado na Praça da Bandeira a partir das 18h, foi motivado pela gestão de Bolsonaro na pandemia, número de mortos pela Covid-19 no Brasil, falta de vacinas, contra privatizações de empresas estatais e pelo pagamento de auxílio emergencial de R$ 600.

“Cada vez mais gente passa fome, sem energia elétrica, gás pra cozinhar. A vida está mais difícil e ele vem celebrar com empresários”, declara a professora Rosane de Almeida. Apesar das homenagens recebidas pelo presidente, Rosane destaca que a manifestação mostra que há joinvilenses insatisfeitos com a atual política.

Fernanda Silva/O Município Joinville

Para dar mais visibilidade ao ato, manifestantes fizeram uma passeata pelas principais ruas centrais, como a Princesa Isabel e XV de Novembro. “Precisamos ser ‘Fora Bolsonaro’. Pra ele, nós, mulheres, somos invisíveis. Está faltando comida nas mesas e há violência. Falta politicas públicas e vontade política para olhar pra nós, mulheres. Queremos mostrar para este desgoverno que não somos invisíveis”, discursa Ane Wisbeck, integrante do Movimento Feminista da Diversidade.

Outro manifestante fez questão de destacar que os atos contra Bolsonaro não devem servir de campanha pré-eleitoral para 2022 e que as manifestações buscam reivindicar direitos à saúde, educação, trabalho e vida mais digna para a população.


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