Empresa de Blumenau é acusada de golpe em cidades de Santa Catarina e Rio Grande do Sul
Supostas vítimas apontam que pagaram por aulas de curso que não estão recebendo
Diversos moradores de Canoinhas, Florianópolis (SC) e Santa Maria (RS) estão acusando uma empresa com sede em Blumenau, de um golpe que teriam sofrido neste último trimestre do ano. Segundo as supostas vítimas, elas pagaram parcelas de um curso que não estão tendo aulas.
Tudo começou quando um anúncio no Facebook, onde a página Brigada de Emergência Blumenau oferecia um curso gratuito para a formação de socorristas e bombeiros civis. As pessoas interessadas deveriam fazer um cadastro para participar de uma palestra e ter mais informações sobre as aulas.
Quando os interessados participaram dessa palestra, ficaram sabendo que tinham que pagar uma quantia pelos materiais que iriam utilizar. Andressa de Fátima dos Santos, de Canoinhas, foi uma delas. Ela conta que o valor passado pra ela foi de R$ 2.300, que poderia ser pago de diversas formas. Ela escolheu por boleto, dando uma entrada. Ao todo, ela pagou R$ 500 equivalentes a parcelas de dois meses.
“A gente teve 5 aulas. Depois veio um feriado, depois um problema com professores e a gente achou normal. Mas aí ficamos sabendo de um golpe dessa empresa em Santa Maria e parei de pagar”, explicou Andressa.
Rosalina é outra aluna do curso em Canoinhas. Ela conta que o valor repassado a ela foi com desconto de pagamento a vista, de R$ 1.000. Após o pagamento, ela iniciou o curso que também parou. “Era para ter prática e teórica, mas só que não tivemos nenhuma prática e nem os equipamentos”.
Ambas contaram que fizeram denúncia para Procon e boletim de ocorrência na polícia, mas ainda não tiveram retorno.
Nas redes sociais da empresa, pessoas de Florianópolis e Santa Maria (RS) também são vistas cobrando reembolso por pagamentos feitos em cursos que tiveram as aulas paradas. Todas reclamam de não receber retorno por parte da empresa.
Contraponto
O proprietário da empresa, Volmir Valler, confirmou que as aulas em oito cidades estão paradas por falta de profissionais para ministrarem as aulas. Segundo ele, todo o problema começou quando uma ex-funcionária fez uma denúncia contra ele e a empresa, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul.
Segundo Valler, o problema com a funcionária foi de datas e que o pagamento seria realizado, mas ela não esperou o dia correto. A denúncia saiu em uma rádio local e tomou grandes proporções.
“A partir disso foi uma avalanche. Ela disse que não recebeu, aí vários profissionais começaram a parar de dar aulas, alunos a pararem de pagar. Pra se ter noção, eu tinha um rendimento mensal de R$ 113 mil, esse mês recebi R$ 3 mil”.
Valler ainda conta que já tem diversos processos e notificações de Procon em sua mesa, de várias cidades por conta dessa situação. Ele está tentando tranquilizar os alunos mandando mensagens em grupos de whatsapp, enquanto tenta resolver o problema.
“Quando eu conseguir contratar todos os profissionais as aulas serão retomadas. Mas não vai ser esse ano, já estamos em dezembro. Quem quiser continuar ano que vem, vai continuar, quem não quiser eu vou reembolsar, mas terão que aceitar parcelado, porque a situação está difícil”.
Ao todo a empresa abriu cursos em 12 cidades. Apenas Blumenau e Indaial as aulas estão acontecendo, pois existem profissionais ministrando aulas, mesmo com salários atrasados devido as dificuldades. Em Blumenau são mais de 100 alunos que devem se formar no ano que vem.