Empresa têxtil de Blumenau com mais de R$ 86 milhões em dívidas pede recuperação judicial
Pedido foi protocolado no início de agosto
Por Eliz Haacke- 03/09/2024
- 17:20
A empresa têxtil blumenauense Lancaster entrou com pedido de recuperação judicial. Com uma dívida de mais de R$ 86,2 milhões, o pedido foi protocolado no início de agosto. O processo tramita na Vara Regional de Falências, Recuperação Judicial e Extrajudicial de Jaraguá do Sul.
A empresa atua no ramo têxtil com tingimento de tecidos, fabricação e confecção de malhas, entre outros. Alegou que diante da crise econômica que afetou o mercado devido à pandemia de Covid-19 se agravou o endividamento da empresa.
Além disso, a empresa também afirma que foi necessária a contratação de novos empréstimos bancários, visando possibilitar a continuação das atividades empresariais. Também aponta que os preços dos produtos apresentam grande defasagem.
Recuperação judicial
Na decisão mais recente, datada em 30 de agosto, o juíz Uziel Nunes de Oliveira, determinou que a empresa deve apresentar a documentação faltante no prazo de 15 dias.
De acordo com o juiz, não foram apresentados os documentos referente a demonstração contábil dos três últimos exercícios sociais da empresa, em especial, o fluxo de caixa projetado e a relação nominal completa dos credores, com a indicação do endereço físico e eletrônico de cada um, a natureza do crédito e o valor atualizado do crédito, com a discriminação de sua origem, e o regime dos vencimentos.
Pedido de sigilo
Além disso, a empresa também teria solicitado que os trâmites fossem realizados em segredo de justiça. No entanto, o juiz diz que não há enquadramento na norma que justifique o pedido de tramitação em segredo de justiça ou a imposição do sigilo.
O juiz acrescentou que “os procedimentos previstos na lei falimentar são públicos e dada sua natureza de processo coletivo, justamente diante do grande número de interesses envolvidos, a publicidade dos atos é medida mínima para garantir o contraditório, sobretudo se considerarmos as duras consequência que poderão ser impostas aos credores”.
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