Empresários de Blumenau são ameaçados por possível “golpe da facção”
Golpistas se passam por líderes do crime organizado para tirar dinheiro das vítimas
Um casal de empreendedores blumenauenses quase foi vítima de um golpe que usa o nome da facção criminosa Primeiro Grupo Catarinense (PGC). Na noite de sexta-feira, 28, eles receberam ameaças de que o empreendimento seria incendiado pelo crime organizado.
As vítimas não quiseram ser identificadas, mas contam que passaram momentos de terror até conseguirem mais informações sobre o caso. Eles estavam jantando em casa quando receberam as primeiras mensagens.
“Eles falaram o nome do estabelecimento, então levamos um susto. Meu marido respondeu e largou o celular por 20 minutos para jantar. Quando pegou novamente disseram que tinham dois carros lá e que iam invadir nosso estabelecimento e atear fogo”, conta a proprietária.
Logo, o companheiro dela passou mal e começou a se desesperar. Ele repetia “isso não pode estar acontecendo” enquanto ela tentava pegar o celular para ler as mensagens. A mulher logo decidiu ligar para o 190.
“Mesmo você sabendo que não tem envolvimento nenhum com o crime, é um choque. No mesmo instante liguei pra polícia e eles falaram sobre esse novo golpe. Os detentos investigam negócios de dentro da prisão e pedem um Pix para não atacar o local”, detalha.
Como o casal não respondeu as mensagens, um pedido direto de transferência não chegou a ser feito. Eles bloquearam o contato após instrução dos policiais e garantiram a segurança do estabelecimento.
“Espero que as pessoas sejam alertadas e não façam nenhum tipo de transferência sem ter certeza. É muito importante manter a calma nessas horas e buscar informação antes de tomar qualquer decisão”, altera a vítima.
Fique atento aos golpes
De acordo com o delegado Rodrigo Raitez, ainda não houve nenhum registro da tentativa de golpe na cidade. Apesar de ainda não haver uma investigação que comprove que este caso foi de golpistas, tudo indica que sim.
“A princípio, olhando essas mensagens, tudo indica que é um golpe. Eles não costumam fazer esse tipo de chantagem”, ressalta.
Entretanto, a Polícia Militar reconheceu o formato por já estar lidando com casos do tipo no litoral catarinense, especialmente em Balneário Camboriú.
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No ano passado, o golpe do Pix agendado movimentou o estado. Um homem chegou ser preso em Indaial suspeito de aplicar golpes em um restaurante por meio de transferências falsas de pagamento.
Golpes de falso aluguel também fizeram vítimas em Blumenau e região. Venda de carros também são comuns entre os golpistas, com registros em Indaial, Timbó e Balneário Camboriú.