Empresários e lideranças do Vale se mobilizam para suspender obra no Aeroporto de Navegantes

Movimento pode representar mudança na posição que Blumenau vem mantendo em relação ao Quero-Quero

Empresários e lideranças do Vale do Itajaí se mobilizam nos bastidores para dar uma guinada na política de investimentos aeroportuários da região. O objetivo é evitar o que chamam de “puxadinho” no Aeroporto de Navegantes (em referência a uma licitação em andamento na Infraero para reformar o espaço).

O grupo, que inclui o presidente do Comitê em Prol Aeroporto Quero-Quero (Copraer), Andrey Tomazi, considera que a futura obra inviabilizaria uma ampliação “de verdade” em Navegantes. Com isso, a concessão à iniciativa privada, a ser encaminhada pelo governo federal nos próximos anos, ficaria mais distante.

Entre os apoiadores do movimento estão o ex-deputado Paulo Bornhausen e o dono da rede de lojas Havan, Luciano Hang, que iniciaram contatos em Brasília para reverter o “puxadinho”.

A licitação em andamento na Infraero prevê apenas ampliação e reforma dos atuais espaços, com climatização, novos elevadores, escadas rolantes e esteiras. Também seria melhorada a infraestrutura básica do atual prédio e a estrutura disponível para as operações aéreas.

Para Tomazi, o aeroporto de Navegantes precisa de muito mais que uma reforma. Segundo ele, se o projeto atual for executado, a construção de uma nova pista, de um segundo terminal, de saguão, área de embarque e hotelaria fica ameaçada.

Mudança de postura em Blumenau

O envolvimento de Blumenau na mobilização pode marcar uma mudança de postura da cidade em relação ao Aeroporto de Navegantes. Nos últimos anos, lideranças empresariais blumenauenses têm buscado investimentos para viabilizar operações comerciais no Quero-Quero.

De acordo com esta visão, o Vale do Itajaí teria demanda para a operação de dois aeroportos comerciais: Navegantes e Blumenau.

Na terça-feira, o Copraer, que reúne 18 entidades de classe de Blumenau, vai se reunir para revisar esse posicionamento. A ideia é unir o discurso em torno do projeto de um Complexo Aeroviário do Vale do Itajaí, em que Navegantes seria o aeroporto comercial e Blumenau e Lontras, no Alto Vale, permaneceriam dedicados a outras atividades, como aviação executiva, formação de pilotos e garagem de aeronaves.

“Com cada aeroporto tendo a sua vocação, todos caminharíamos no mesmo propósito”, explica Tomazi.

Entre as sugestões a serem levadas ao governo federal está a inclusão de melhorias em Blumenau e Lontras na futura concessão de Navegantes. Os dois aeródromos continuariam sob a gestão pública, mas a empresa que operaria o terminal litorâneo teria obrigações de investimentos para garantir as operações em todos eles.

Hildebrandt manifesta apoio

O prefeito de Blumenau, Mário Hildebrandt, concorda com a mobilização contrária à obra de reforma do Aeroporto de Navegantes. Para ele, a situação atual do aeroporto representa um gargalo para Blumenau, e só a concessão permitiria uma ampliação efetiva do espaço.

Hildebrandt apoia a ideia de priorizar a aviação executiva no Aeroporto Quero-Quero num primeiro momento. Porém, considera “uma questão de planejamento” dotar o terminal blumenauense de condições para um dia receber voos comerciais.

Nesta semana, o prefeito recebeu o empresário Félix Theiss, um entusiasta do Quero-Quero, para discutir melhorias no espaço. Hildebrandt disse que a prefeitura vai garantir o desvio da rua Franz Volles para permitir a ampliação da pista.

Também afirmou que o projeto do Corredor Estrutural Norte será alterado para contemplar o desvio da Rua Doutor Pedro Zimmermann. Além disso, o município vai reformar a cerca do Quero-Quero e aguarda recursos da Secretaria Nacional de Aviação Civil para executar o balizamento noturno da pista.

Com os investimentos, o plano da prefeitura é dar condições de operação ao Quero-Quero e prepará-lo para uma futura concessão.

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