Endividados, empresários de casas noturnas de Blumenau lançam campanha com pedido de socorro
Iniciativa é do Grupo Barba Ruiva, proprietários da Factory e Ahoy
A pandemia atingiu vários setores da economia no país inteiro. Um dos que ainda está sofrendo com os reflexos do coronavírus é a categoria de eventos. Tendo pouca – ou quase nenhuma – atividade desde março de 2020, muitos já fecharam as portas ou se endividaram para se manter no mercado.
Um exemplo disso acontece em Blumenau. Responsáveis por duas casas noturnas renomadas da cidade, o Grupo Barba Ruiva lançou nesta quarta-feira, 12, uma campanha com pedido de socorro para conseguir arcar com as contas em atraso.
Os pedidos são desde contribuições espontâneas por meio de PIX, até doações de valores pré-definidos que dão direito recompensas, como camisetas, cartões de entrada para as festas, entre outros.
O grupo Barba Ruiva é composto por dois sócios, Kaiser Novelli e Leonardo Biz, que são proprietários das casas noturnas Ahoy e Factory Antônio da Veiga. Durante a pandemia, eles venderam um outro estabelecimento – Factory Beira Rio – e abriram o Backstage, uma espécie de bar/restaurante ao ar livre.
O lançamento da campanha, segundo Kaiser, é mais uma alternativa que eles pensaram para conseguir pagar as contas e manter os espaços abertos. Com várias dívidas por empréstimos solicitados e sem poder realizar eventos, os sócios estão há 14 meses fechando os meses no vermelho.
“Para ter uma noção, a gente ficou sete meses com faturamento zero, não recebemos um centavo. Mas tinham as contas. Além disso, nos outros meses, recebemos valores que representam de 5 a 10% do nosso faturamento normal. Sempre pagando muito mais do que recebendo”, explicou Kaiser, referente a uma das empresas.
Com os estabelecimentos fechados, eles pediram diversos empréstimos e aderiram a programas públicos de financiamento, como o Pronampe. Porém, os subsídios os fizeram se manter até dezembro de 2020, mas muito mais endividados para 2021.
No início do ano, com uma pequena retomada do setor que aconteceu, eles fizeram novos investimentos, como compra de estoque, retomada de sistemas e até contratação de funcionários. Entretanto, tudo foi utilizado por pouco tempo, devido a nova onda que novamente impossibilitou os eventos acontecerem.
“A ideia com a campanha é aguentar. Até porque se a gente fechasse, teríamos dívidas pessoais pra muitos anos ainda. Não sabemos até onde vai isso, mas temos esperança que a vacina ajude a voltarmos gradualmente. Mas precisamos de recursos agora, porque as contas, os impostos, continuam chegando”, afirmou Kaiser.
Atualmente, a Factory Antônio da Veiga está funcionando no formato de bar. Porém, o faturamento ainda é muito abaixo do que o normal. Outro estabelecimento do grupo que está ativo é o Backstage, inaugurado durante a pandemia.
E segundo Kaiser, mesmo com os dois estabelecimentos funcionando, eles não conseguem bancar as despesas mensais das casas noturnas, pois mesmo fechadas, os alvarás e impostos continuam sendo cobrados e as dívidas aumentando.
“A campanha quer chamar os clientes para, se puderem frequentarem os estabelecimentos abertos ou pedir pelos aplicativos. Se não puderem, porque sabemos da pandemia, das complicações, que nos ajudem com doações ou garantindo as recompensas”, concluiu.