Ensinos Fundamental e Médio sofrem com alto índice de evasão escolar
Cerca de 680 mil estudantes entre 15 e 17 anos não concluíram a educação básica, afirma pesquisa
Um estudo realizado pela equipe de Pesquisa e Avaliação da Fundação Roberto Marinho aponta que a evasão escolar é um dos maiores problemas educacionais enfrentados no país. Os motivos são variados e os estudantes, além do desinteresse e a falta de expectativa com o futuro, enfrentam dificuldades logísticas, necessidade de trabalhar, gravidez na adolescência, entre outros fatores. Nesse cenário, os jovens iniciando o ensino médio são os que mais abandonam as escolas.
Jovens de 15 a 17 anos fora da escola, sem ter concluído a Educação Básica, são cerca de 680 mil, o que representa 7,1% desta faixa etária, de acordo com a Pnad Contínua 2019.
Na faixa etária de 19 anos, quando os jovens pobres sofrem mais pressão para trabalhar, a Bahia lidera o ranking de jovens que não concluíram o Ensino Médio, com 57,1%.
Norte e Nordeste do país são os estados mais afetados pela evasão nessa faixa etária. O melhor resultado é do estado de São Paulo, com 21,7% de jovens de 19 anos sem concluir o Ensino Médio. A média brasileira é de 36,5%.
“Quando olhamos a taxa de evasão ao longo das etapas de ensino, claramente observamos um aumento nos anos finais do Ensino Fundamental com um pico na entrada do Ensino Médio”, destaca Katcha Poloponsky, especialista da Assessoria de Pesquisa e Avaliação da Fundação Roberto Marinho.
Medidas de combate
Para evitar o abandono escolar, instituições, educadores, sociedade e iniciativas privadas se mobilizam para traçar estratégias.
Exemplo é o Instituto Sonho Grande, organização sem fins lucrativos que trabalha em colaboração com estados e terceiro setor para a melhoria da qualidade do ensino das redes públicas.
Em 2020, o grupo tomou a iniciativa de enviar frases de texto com motivações para mais de 15 mil estudantes de Goiás, para evitar a evasão escolar durante a pandemia. A intervenção teve um impacto de 43,7% na redução do abandono.
Já em São Paulo, a atibaiana Silvana Cotrim usa sua experiência como profissional de Recursos Humanos para ir nas escolas do município falar sobre a importância da educação. Durante a pandemia, a estratégia migrou para as redes sociais do Coletivo Negra Visão, para continuar incentivando os estudos mesmo sem o contato de antes e, também, para alcançar mais pessoas.
Há ainda, as bolsas de estudo disponibilizadas por programas privados de inclusão educacional em parcerias com instituições de ensino em todo o país, que oferecem descontos nas mensalidades para educação básica, ensino superior, cursos técnicos e idiomas, por exemplo.
*Com informações da Fundação Futura