Entenda por que Blumenau não pode ampliar vacinação mesmo com doses sobrando
Capacidade da prefeitura é de 1,8 mil aplicações por dia, porém apenas cerca de mil blumenauenses agendam imunização
Desde que a vacinação se estendeu às pessoas com comorbidades, deficiências permanentes, gestantes e puérperas, a Prefeitura de Blumenau conseguiu manter o agendamento aberto sem interrupções. Se há poucos meses a população precisava correr para garantir uma vaga em menos de meia hora, hoje há doses sobrando na cidade.
Porém, isso não se deve apenas ao fato de que mais imunizadores estão sendo enviados semanalmente. O número de pessoas agendando a vacinação ainda está distante da capacidade do município.
Enquanto o Ambulatório da Vila Germânica tem doses, profissionais e horários disponíveis para vacinar em média 1,8 mil pessoas por dia, apenas cerca de 1 mil blumenauenses fazem o agendamento. Algumas dessas nem comparecem no dia marcado. Ou seja, em torno de 800 doses “sobram” diariamente.
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As doses restantes são mantidas refrigeradas e possuem validade suficiente para serem aproveitadas nos novos agendamentos. O público-alvo da Campanha Nacional de Vacinação e a ordem das aplicações é definido pelo Ministério da Saúde e liberado pelo governo estadual. Portanto, não pode ser alterado pelo município.
A coordenação do Plano Municipal de Imunização (PMI) não sabe definir o motivo da baixa procura. Uma das hipóteses é a falta de informação do público sobre as comorbidades que garantem a vacinação. Outra possibilidade é que o público estimado pelo PMI seja maior que o real.
Como comprovar comorbidade?
A Secretaria de Promoção da Saúde afirma que as equipes dos AGs e ESFs estão orientadas para adotar estratégias alternativas para conseguir atender a demanda dos usuários que precisam comprovar comorbidade.
Para conferir uma lista detalhada das comorbidades que possibilitam a imunização, clique aqui.
O modelo da comprovação médica pode ser preenchido no site da prefeitura. Os enfermeiros também foram liberados para emitir o documento que comprova comorbidade para vacinação contra Covid-19.
Vacinação de professores
Blumenau está tentando antecipar a vacinação dos profissionais de educação. Porém, a decisão depende da Comissão Intergestores Bipartite (CIB) de Santa Catarina. Uma reunião está marcada para segunda-feira, 24, para decidir se eles serão vacinados antes do dia 31 de maio.
A data foi definida pelo estado para garantir que os profissionais se imunizassem contra a H1N1 antes da abertura do agendamento para este público. Afinal, é necessário um intervalo de 15 dias entre as vacinas. Porém, de acordo com o prefeito, está acontecendo o contrário.
“Como falta menos que isso pro dia 31, eles não estão se vacinando contra H1N1 e estão priorizando e aguardando a vacina contra Covid-19”, afirmou Mário Hildebrandt. Na opinião dele, os professores também se imunizariam contra a gripe mais cedo caso a vacina contra Covid-19 fosse antecipada.
Outros municípios, como Florianópolis e Lages, também já requisitaram à Secretaria de Estado da Saúde que a data seja adiantada. Confira os critérios para vacinação dos professores e profissionais da educação.
Situação reflete na região
A “sobra” de doses de vacina não é exclusividade de Blumenau. Municípios da região relatam passarem por situações parecidas, mas em proporção menor. Em Timbó, a cidade diariamente libera 500 doses, mas o número máximo de pessoas que foram se imunizar em um dia até o momento é de 468.
Em Gaspar a vacinação das pessoas com comorbidades ainda está limitada acima dos 30 anos, pela falta de doses para todos. Ainda assim, a prefeitura considera a procura abaixo do esperado. Muitas vezes as pessoas procuram a vacinação, mas sem o laudo médico ou sem se encaixar nos critérios.
Já em Indaial a situação é um pouco mais equilibrada, também atendendo apenas acima dos 35 anos. Ainda assim, mesmo trabalhando com livre demanda, sem agendamento, o município não sofreu com falta de doses. O estoque segue tranquilo para que os grupos liberados garantam a segunda dose.