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Entenda por que cada vez mais mulheres querem remover o silicone; prática cresce entre blumenauenses

Movimento vem crescendo em todo o país nos últimos anos e já atinge Blumenau e região

Entra ano e sai ano, a mamoplastia segue sendo a operação estética mais realizada no Brasil. Na liderança da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica entram as operações de aumento dos seios, diminuição e até ajuste.

Entretanto, na contramão desse movimento, vem crescendo a busca pela remoção do silicone. Cada vez mais mulheres querem voltar a ter os seios naturais. A prática que se espalhou pela internet tem sido aderida também por moradoras de Blumenau e região.

Para algumas, os seios volumosos que eram moda nas décadas passadas não fazem mais sentido. Outras se preocupam com os riscos das próteses – especialmente desde que a “doença do silicone” se popularizou nas redes sociais.

Apesar de a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica ainda não ter dados sobre a remoção de implantes, já se pronunciou sobre o mapeamento desse tipo de cirurgia no próximo censo. Entretanto, reforça que a busca por próteses segue muito maior do que a retirada delas.

Doença do silicone

Apesar de não ser considerada uma enfermidade médica, a condição engloba diversos sintomas que não possuem outra explicação além da prótese do silicone. Boa parte das mulheres que realizam o explante relatam melhora nos sintomas.

Outra síndrome, essa registrada na comunidade médica e muitas vezes tratada como sinônimo da doença do silicone, é a Asia. A síndrome autoimune-inflamatória induzida por adjuvante faz com que o corpo desenvolva doenças autoimunes a partir de qualquer tipo de implante.

“Nossa recomendação, como médicos, é escutar essas mulheres e não julgar os relatos ou sintomas. Elas precisam ser acolhidas e o melhor caminho precisa ser traçado em conjunto”, explica o cirurgião plástico Thiago Cavalcanti.

Entretanto, ele explica que ambos os casos são raros. A principal causa da troca de silicone ou extração da prótese, segundo ele, é a contratura capsular. A complicação faz com que uma cápsula se forme ao redor do implante, podendo causar rejeição a longo prazo.

Médico viajou para diversos países para se especializar na técnica. | Foto: Arquivo pessoal

Dentre as cerca de 300 cirurgias que ele realizou em Balneário Camboriú no último ano, quatro foram de explantes. Duas delas eram blumenauenses, porém nenhuma com sintomas de complicações.

“Uma delas não gostou do resultado porque colocou por cima do músculo e achou que ficou caído e pensa em colocar por baixo no futuro. A outra queria reduzir, mas eu recomendei remover porque ela já está com 65 anos”, detalha.

“É outra vida”

A blumenauense Rafaela Waltrick Renuzza, de 32 anos, se encaixou em ambos os motivos que levam à remoção. Além de não se sentir mais confortável com o implante que fez aos 18, ela sofria com muita dor nas costas e falta de ar – sintomas que sumiram com o explante.

“Na adolescência engordei muito por conta de um tratamento e quando emagreci fiquei com o peito caído. Como todo mundo estava colocando silicone, eu fui na moda. No começo eu gostava, mas após parar de amamentar decidi reduzir”, conta.

Em agosto, Rafaela retirou a prótese que tinha e realizou uma lipoenxertia. A cirurgia remove gordura de outro lugar do corpo para preencher outra. Neste caso, os seios. Durante a remoção ela descobriu que sofria com contratura de grau 3, o que explicava a dor.

“Quando você começa a pesquisar sobre o explante vê que não faz sentido ter o silicone dentro de você. Um corpo estranho, que no meu caso já estava com o tecido podre e inflamado, e nenhum exame mostrava isso”

Antes e depois de Rafaela, com os seios mais próximos do tamanho natural. | Foto: Arquivo pessoal

 

Para ela, a qualidade de vida aumentou muito sem o silicone. Entretanto, reforça a importância de ser uma decisão muito bem pensada e preparada. Para ela, a principal dica para as mulheres é buscar conteúdo seguro sobre o assunto.

“Jamais colocaria prótese de novo. Se tivesse esperado mais não teria colocado. Na época não tinha a informação que tenho hoje. Não me sentia livre para usar decote, porque meu peito ficou muito caído. Alguns médicos vendem que o silicone é para sempre, mas a sua pele não. As pessoas não apoiam a remoção, dizendo que você vai ficar sem peito, mas eu to muito feliz. Antes não me sentia eu mesma”, comemora.


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