Escala 6×1: como votam os deputados de Blumenau e região e por quê

Deputada autora da PEC, Erika Hilton (Psol-SP), informou que documento conseguiu superar o número de assinaturas necessárias

Um grande movimento das redes sociais faz pressão para que os deputados assinem a proposta para discutir o fim da escala 6×1. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) é de autoria da deputada federal Erika Hilton (Psol-SP) e prevê a redução do limite de horas semanais trabalhadas para o modelo de quatro dias de trabalho e três de folga, ou seja, a escala 4×3.

PEC da escala 6×1

Por se tratar de uma PEC que pode gerar mudanças na Constituição Federal, para que ocorra a discussão do texto na Câmara dos Deputados e no Senado, é necessário a assinatura de, pelo menos, 171 parlamentares.

Diante deste cenário, muitos trabalhadores fazem pressão nas redes sociais para tentar angariar mais assinaturas para o movimento. De acordo com a deputada propositora da PEC, por volta das 10h desta quarta-feira a PEC havia superado o número de assinaturas necessárias e se aproximava das 200 signatários.

É importante ressaltar que toda essa mobilização tem como objetivo garantir que o assunto seja discutido no Congresso. Caso ocorra o debate da PEC, o projeto ainda precisaria tramitar na Câmara dos Deputados e no Senado.

Como votam os deputados federais de Blumenau e região

A proposta da deputada psolista tem o objetivo de reduzir o limite atual de trabalho para 36 horas semanais, com a carga máxima de oito horas por dia.

A reportagem do jornal O Município Blumenau conversou com os deputados federais de Blumenau e região para pedir o posicionamento deles sobre a PEC da escala 6×1. A ordem dos posicionamentos segue a ordem alfabética.

Ana Paula Lima (PT)

A deputada petista, Ana Paula Lima, já declarou publicamente nas redes sociais que assinou o documento para que o texto possa ser discutido na Câmara e no Senado. “Com mais de 30% da população brasileira enfrentando sintomas de Burnout, depressão e ansiedade, é urgente adotar mudanças que promovam uma rotina mais equilibrada e saudável”, diz a parlamentar.

Confira o posicionamento de Ana Paula

“Como sempre pautei a minha vida pública na defesa dos direitos dos trabalhadores, assinei a PEC que propõe o fim da escala 6×1 por entender que, assim, estou contribuindo para a melhoria das condições de trabalho no Brasil. Essa medida é um passo crucial para garantir uma jornada mais justa e digna, sem sobrecarregar os trabalhadores com turnos exaustivos. Com mais de 30% da população brasileira enfrentando sintomas de Burnout, depressão e ansiedade, é urgente adotar mudanças que promovam uma rotina mais equilibrada e saudável. A luta por condições de trabalho adequadas, que respeitem a saúde física e mental dos trabalhadores, é essencial para a qualidade de vida de todos. Essa é uma pauta também que tem muito a ver com a modernidade das relações de trabalho. A escala 6×1 reproduz um sistema econômico que não leva em conta as novas tecnologias que estão substituindo boa parte da mão de obra. Hoje, em países como a França, a Alemanha, Suécia, Países Baixos e a Suíça, já se adota a escala 5×2 ou mesmo 4×3, com ganhos de produtividade, aumento de geração de empregos e de renda”.

Gilson Marques (Novo)

O deputado do Novo, Gilson Marques, também fez uma declaração nas redes sociais se mostrando contrário ao modelo e explicando os motivos da decisão. Apesar da justificativa, o parlamentar recebeu diversos comentários negativos criticando a posição diante da PEC.

“Se fosse possível reduzir as atuais 44 horas de trabalho sem causar uma crise nos negócios, por que reduzir a carga só para 36 horas em vez de 30, 20, 10 ou zero? Infelizmente, o mundo real não funciona assim”, diz o deputado federal em nota encaminhada à reportagem.

Confira o posicionamento de Gilson Marques

“O que está acontecendo com essa discussão é o mesmo que ocorre em todo debate político: a esquerda iludindo o povo. Se fosse possível reduzir as atuais 44 horas de trabalho sem causar uma crise nos negócios, por que reduzir a carga só para 36 horas em vez de 30, 20, 10 ou zero? Infelizmente, o mundo real não funciona assim. Essa PEC prevê não só uma redução de 20% da carga horária como a proibição de trabalhar mais de 4 dias na semana. Seria uma bomba tão grande que está há mais de 7 meses coletando assinaturas e o nem o atual governo de esquerda teve coragem de apoiar. 80% dos empregos no Brasil estão em micro e pequenas empresas. Se fosse aprovada, os primeiros empregos a fecharem seriam nestas empresas menores. As empresas maiores poderiam sobreviver repassando este custo aos consumidores. Assim, os mais vulneráveis seriam duplamente prejudicados: primeiro, com a redução da renda das famílias pelo desemprego. Segundo, com o aumento de preços. Seria muito mais fácil um parlamentar ignorar esses efeitos e embarcar no assunto da vez, mas é o meu dever informar a verdade ainda que isso desagrade a quem queira ouvir mentiras e ilusões. Precisamos de mais realismo e menos populismo no Brasil”.

Ismael dos Santos (PSD)

O deputado do PSD, Ismael dos Santos não se pronunciou sobre o tema nas redes sociais. A reportagem do jornal O Município Blumenau entrou em contato com a assessoria do parlamentar, que informou que ele participaria de algumas reuniões e que definiria seu posicionamento por volta das 12h desta quarta-feira, 13. O espaço segue aberto para o posicionamento do deputado.

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