Escola catarinense de cães-guias precisa de doações e famílias socializadoras; saiba como ajudar

Instituição já ajudou vários cegos blumenauenses

A Escola de Cães Guias Helen Keller, com sede em Balneário Camboriú, está solicitando à população doações para continuar realizando as atividades. Com uma campanha de doações via Pix sendo lançada no fim deste mês, a instituição espera arrecadar os recursos necessários.

Segundo Elis Busanello, responsável pelo setor de comunicação da escola, os recursos arrecadados serão utilizados em melhorias por toda a instituição.

“Hoje a principal necessidade da escola são os recursos de melhoria de estrutura física, itens para os cães, coleiras, brinquedos e contratação de equipe técnica. Além disso, precisamos também de famílias socializadoras”.

Doações

O treinamento de um cão-guia pode levar até dois anos e seu custo final é de aproximadamente R$ 100 mil.

Como os cães são entregues gratuitamente aos deficientes visuais, a escola precisa de constantes doações para dar sequência ao programa. Para realizar qualquer doação basta clicar neste link.

Treinamento

Para se tornar um cão-guia apto a guiar uma pessoa com deficiência visual, o cão deve passar pela etapa de socialização.

Durante seu primeiro um ano e meio de vida o cão em desenvolvimento deve se habituar a diversos ambientes e situações, de forma gradual e positiva, para que no futuro esteja tranquilo e focado para garantir a segurança da dupla: cão e deficiente visual.

Para isso ser possível, a escola necessita de voluntários que tenham tempo e disponibilidade de ensinar a educação básica ao cão, que inclui os comandos básicos de obediência, como: senta, fica, deita, aqui, alimentação sob comando e comando banheiro.

Durante este importante período de socialização dos cães, os socializadores/ acolhedores são orientados e amparados pela nossa equipe técnica capacitada.

“A gente sabe que o cão atrai as pessoas e chama a atenção de crianças. Muitos gostam de acariciar o animal, mas pedimos compreensão e respeito ao que ele está fazendo no momento, ou seja, concentrado em ajudar um deficiente visual”, lembra a diretora.

Arquivo pessoal

Família acolhedora

Em Blumenau existem duas famílias acolhedoras. Segundo Elis Busanello, as famílias são de dois irmãos. “Esse cão vai ficar um ano e pouco na casa de uma das famílias, já o outro é um reprodutor e está com o outro condutor”.

Para se tornar uma família acolhedora de um cão-guia, é preciso ter alguns requisitos e seguir algumas etapas. Confira o que é preciso na lista abaixo:

  • Ter no mínimo 18 anos ou ser emancipado;
  • Residência segura, com muros ou portas;
  • Residência fixa durante 1 ano e 6 meses, enquanto estiver com o cão;
  • Gostar de cães;
  • Disponibilidade de tempo para apresentar o mundo ao cão;
  • Disponibilidade de ensinar educação básica ao cão;
  • Disponibilidade de levar o cão a todos os ambientes possíveis, conforme a Lei 11.126/2005 e Decreto 5.904/2006;
  • Disponibilidade de buscar ração e outros itens na escola;
  • Disponibilidade em dar banho no cão na escola.

A família que tiver interesse pode se inscrever no formulário neste link.

A escola oferece:

    • Ração, antiparasitário interno e externo, vacinas, coleira, guia, colete e placa de identificação do cão, identificação de família socializadora/ acolhedora, carteira de vacinação e de controle antiparasitário do cão, caixa de transporte, brinquedos e assistência veterinária;
    • O aporte para garantir o bem-estar ao cão inclui reuniões, conversas, exercícios práticos e observação dos comportamentos do cão;
    • Suporte ao cão e à família com a equipe técnica, presencial ou vídeo aulas.

História

Em 8 de julho de 2000, na cidade de Florianópolis, o doutor Augusto Luiz Gonzaga e um grupo de amigos fundaram a Escola de Cães Guias Helen Keller.

Sem referências no Brasil, utilizando seus contatos profissionais, buscou apoio no exterior, onde Ian Cox, membro da Federação Internacional de Cães Guias na Nova Zelândia, acreditou e facilitou a ida de brasileiros ao exterior, buscando formação necessária.

Com este iniciativa começaram a circular pelo Brasil cães guias vindos da Nova Zelândia, Austrália e EUA.

Por iniciativa de João Nirto Diel, em função das dificuldades encontradas, em março de 2008, a escola foi transferida para Balneário Camboriú.

Já estabelecida e legalizada seu funcionamento em Balneário Camboriú, os novos responsáveis elaboraram projeto que definia como objetivo geral da escola: “dotar um centro de formação e treinamento de cão-guia com uma infraestrutura física, material e de recursos humanos em condições de atender as suas finalidades”.

Arquivo pessoal

Avanços

    Com a participação de inúmeros voluntários e parceiros, superando os mais diversos obstáculos, pode-se registrar importantes avanços:
  • Graduação de profissional treinador e instrutor no exterior, em parceria com a escola Australiana Seeing Eyes Dogs.
  • A partir de 2008, a ECG-HK iniciou o processo de formação de cães guias no Brasil. Formando as primeiras três duplas em 2010.
  • De 2013 a 2015 a escola também foi a responsável por transferir conhecimentos para a criação do Programa Cão-guia Federal, junto ao Instituto Federal Catarinense Campus Camboriú.
  • Em 8 de Julho de 2016, a escola inaugurou seu tão almejado Centro de Treinamento, com estrutura e condições para ampliação das atividades realizadas.
  • Em Novembro de 2017, foi reconhecida como membro da Federação Internacional de Cães Guias (IGDF), sendo a primeira da América Latina a obter esta certificação.

A Escola de Cães Guias Helen Keller, a fim de manter suas atividades, continua em busca de parceiros, voluntários, projetos e conscientização para desempenhar sua missão.

Arquivo pessoal

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