“Escritor blumenauense é um dos grandes nomes a se perpetuar na história da literatura”

Colunista conta a história de Marcelo Labes, premiado escritor de Blumenau

Marcelo Labes é escritor e editor catarinense nascido em Blumenau. Tem 35 anos e reside em Florianópolis desde 2017. Possui uma vigorosa produção. Entre seus textos publicados há livros de poemas, conto e romance. Já possui seis livros e três plaquetes publicados.

Conheci Marcelo pessoalmente no ano de 2016, eu professor da disciplina de sociologia contemporânea no curso de Ciências Sociais da Furb, e ele estudante. Eu já tinha lido seus livros e textos. Conhecia seu talento. Chamava a atenção seu interesse e astúcia por aprender. Sentava na primeira carteira, logo após a mesa do professor, no lado direito. Dali, soltava questionamentos e inquirições sobre as teorias que estudávamos.

No ano seguinte, fui abordado por ele em um dos corredores da universidade. Queria que eu orientasse seu trabalho de conclusão de curso. Surpreso, aceitei o honrado convite. Sou um jovem professor, seria natural que um talentoso estudante, já com livros publicados, procurasse um professor mais experiente para orientá-lo. Labes era um furacão criativo. Visivelmente irritava-se com a liturgia engessada da academia.

Como forma de organizar nosso trabalho, nos encontrávamos toda quinta-feira, fim da tarde. Um dia, Marcelo chegou, e com seu jeito maroto, explicou que iria se mudar para Florianópolis. Estava apaixonado e iria atrás de seu amor.

Ao orientador, restou concordar e desejar boa sorte, sem deixar de chamar a atenção para seu talento excepcional. Acho que visitei Marcelo duas vezes em Florianópolis. Nas duas, falamos de livros, de poemas, política, amores e frustrações. No período desde a faculdade, Marcelo fez-se muito maior. Publicou livros, criou sua própria editora, e hoje corta o país semeando suas histórias e poesias

Marcelo saiu de Blumenau, mas suas obra é fincada em nossa realidade, nossas histórias e contradições. Não só a realidade vivida, como também nossa realidade inventada. No seu romance Paraízo-Paraguay, ele trata do conflito da Guerra do Paraguai para contar as contradições da história do nosso Vale.

Na semana passada, ele me mandou uma mensagem. Não tem só um livro premiado, mas dois. Enclave, livro de poemas do escritor, é finalista do Prêmio Jabuti 2019. Paraízo-Paraguay, seu primeiro romance, foi escolhido em segundo lugar na categoria Romance do Prêmio Machado de Assis 2019, realizado pela Fundação Biblioteca Nacional.

Marcelo ainda é jovem mas já é referência em nosso Estado, um dos grandes nomes a se perpetuar na história da literatura. Sugiro, como amigo orgulhoso e leitor exigente, uma aproximação ao seu trabalho disponível pela Caiaponte Edições.