Especial Casarões apresenta cinco novos imóveis históricos de Blumenau
Câmeras exploram interior dos espaços e resgatam histórias da cidade
Após o sucesso do ano passado, não havia outra forma de celebrar o aniversário de Blumenau senão explorando ainda mais os casarões da cidade. Neste ano, o especial foi além e adentrou as portas de cinco imóveis icônicos da cidade para analisar como eles sobreviveram ao tempo e se desenvolveram até a atualidade.
A maioria passou a ser ocupada por espaços comerciais, o que os transformou. Porém, também garantiu a preservação e resgate histórico dos imóveis. Espaços onde pessoas nasceram e viveram para que seus descendentes pudessem contar a história que restou destes espaços.
Com a produção da repórter do jornal O Município Blumenau, Alice Kienen, e o cinegrafista Tiago Schumacher, as lentes captaram cada detalhe dos patrimônios históricos.
Assista ao trailer do especial Casarões:
Para o editor-chefe do jornal O Município Blumenau, Cristóvão Vieira, a iniciativa é uma forma de colaborar com a preservação histórica da cidade. “Quem olha pra esses casarões sempre pensa quais memórias e histórias eles trazem. Essa é uma ótima oportunidade de sabermos mais e, dessa forma, darmos mais valor a essas estruturas preservadas que ajudam a manter a identidade de Blumenau”.
Confira abaixo um pouco das cinco histórias contadas no Especial Casarões, uma iniciativa do jornal O Município Blumenau.
Casarão Karsten
Construída na década de 1920 por João Karsten, filho do fundador da empresa Johann Karsten, a casa foi palco de muitos momentos especiais para a família. Além de ter abrigado três gerações, era o espaço onde os familiares se reuniam para as festividades.
Cercada por um grande jardim sempre mantido preservado e por um sítio com cavalos, o imóvel fica em frente à indústria e se tornou um ponto turístico do bairro Testo Salto. Foi reformado e tombado no início da década de 2010 e teve parte interna preservada.
Além dos pisos, escadaria e móveis originais, o local também conta a história de quem ali viveu. Em um dos quartos, a esposa de João usava as paredes para fazer anotações de receitas, testes de tecidos e aniversários.
Casarão Sievert
Conhecido por ser um famoso comerciante, Willy Sievert também marcou história em Blumenau por outro motivo: sua paixão por registrar momentos históricos com suas câmeras de foto e vídeo. Em uma época em que uma fotografia era uma raridade, ele não economizava em chapas e filmes.
A casa foi a segunda moradia do empresário, mas ainda ficava muito próxima da loja na rua XV de Novembro. Construída na década de 1940, Willy investiu em dois andares de muito espaço antes mesmo de ter filhos com sua segunda esposa.
Com um terreno elevado da rua e um jardim exuberante, o espaço foi ocupado pela esposa de Willy até 2008. Após o falecimento dela, o imóvel foi reformado para se transformar em um salão de beleza e moradia do proprietário. Ainda assim, muito do interior foi preservado.
Casa Johannastift
Primeira maternidade da cidade, o casarão chama atenção de todos que passam pela esquina entre a Alameda Rio Branco e a rua Sete de Setembro. Muitos são os que passaram suas primeiras horas de vida no espaço, que desde então foi ocupado de diversas formas.
Inaugurada em 1923, a maternidade deixou o endereço para dar espaço a uma empresa de turismo. O espaço também já foi ocupado pelo icônico restaurante Cavalinho Branco. Tudo antes de o imóvel ser prejudicado pelas grandes enchentes que deixaram a cidade meses embaixo d’água.
Com investimento da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Blumenau, o imóvel foi reformado e reativado como a Casa do Comércio. Um anexo de três pavimentos foi construído e atualmente ocupa a Alameda Haus e o restaurante do Senac.
Casarões Otte
Por volta de 1880, o Curtume Otte S.A. foi construído no Vale do Ribeirão Bom Retiro. A atual rua Hermann Hering ainda preserva alguns imóveis da família. Entre eles, dois casarões que chamam a atenção pelas suas cores vibrantes.
Nela, ainda mora um dos descendentes da empresa, que recorda a construção dos casarões e a história do curtume. As paredes expostas ainda mostram as técnicas de arquitetura e engenharia da época, com uso de itens como óleo de baleia.
O espaço hoje, além de moradia, serve também como comércio. A família produz trajes típicos modernos para levar a tradição para os jovens. A loja ainda aproveita o espaço para valorizar a história da família e expor imagens e itens importantes para a trajetória dos Otte.
Casarão Floriano
O imóvel, que atualmente chama atenção pelas cores da escola que ocupa o espaço, possui uma história por muitos desconhecida. Construída há quase um século, a casa surgiu para abrigar os médicos que vinham de outras cidades, ou até mesmo países, para atuar no Hospital Santa Isabel.
Foi então que um médico se apaixonou pelo espaço e decidiu comprá-la. Por ser uma posse da congregação alemã Sociedade Divina Providência, uma carta precisou ser enviada à Alemanha pedindo autorização da venda.
Desde então, a casa segue na família do já falecido dr. Gelásio Freitas, que após ocupá-la alugou o espaço para ocupar uma academia, um escritório de engenharia, um restaurante e, há 25 anos, uma escola de idiomas.