Estudo analisa gastos das Câmaras de Vereadores de Santa Catarina

Veja quanto custa ao contribuinte o Legislativo de Blumenau em relação a outros municípios

O Observatório Social de Brusque (OSBr) fez um levantamento sobre os gastos de todos os Legislativos Municipais de Santa Catarina. Blumenau, terceira maior cidade do estado, aparece em destaque, e não necessariamente por gastar demais.

O estudo comparou as despesas totais de cada cidade com o volume de dinheiro gasto pelas Câmaras de Vereadores. Dentre os 20 maiores colégios eleitorais do estado, Blumenau tem a nona Câmara mais cara. Apenas 1,86% das despesas totais foram repassadas à Câmara.

A pesquisa foi elaborada com base em dados de 2017 divulgados nos sites do Tribunal de Contas de Santa Catarina (TCE-SC), em Portais da Transparência municipais e Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Ainda enumerando as principais cidades, mas desta vez analisando o custo do Legislativo por eleitor, a Câmara blumenauense ficou em 15º lugar, com o valor de R$ 106,39.

Em números absolutos, as cidades com o maior número de habitantes naturalmente assumem as primeiras posições. Apenas Itajaí aparece em terceiro lugar, à frente de Blumenau (que tem a terceira maior população entre os municípios catarinenses).

Os cinco legislativos mais caros representam mais de 25% do total de todos os gastos efetuados pelas 295 Câmaras de Vereadores de Santa Catarina no ano de 2017, de acordo com o estudo.

A pesquisa aponta que, em 2017, as 295 câmaras gastaram, juntas, R$ 616 milhões. O número total de vereadores no estado de Santa Catarina é de 2.903.

Em comparação, a Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), com apenas 40 deputados, custou mais aos cofres públicos do que todas as Câmaras de Vereadores juntas. Foram R$ 637 milhões em 2017.

Nova liderança

Para o presidente da Câmara de Vereadores de Blumenau, Marcelo Lanzarin (MDB), estes dados comprovam o esforço do legislativo da cidade em reduzir os gastos. Eleito no fim de 2018, Lanzarin reforça que pretende manter a linha adotada pelo antecessor, Marcos da Rosa (DEM), e otimizar as medidas de economia.

“No ano passado tivemos a maior devolução da história pro executivo. A ideia é manter essa linha e analisar o que pode ser revisto, mas entendo que estamos no caminho certo”, avalia.

Polêmicas

Quando questionado sobre as duras críticas recebidas pela Câmara de Vereadores no ano passado, tanto pelos empresários quanto pela maçonaria, Lanzarin reforça a necessidade de melhorar a relação com a sociedade.

“Nosso maior desafio neste ano é mudar a percepção que a sociedade tem em relação à Câmara de Vereadores. Queremos que as pessoas entendam os números e o esforço que já vem sendo feito ao invés de descaracterizar nosso trabalho”, ressalta.

Transparência

O diretor-executivo do Observatório Social de Brusque, Evandro Gevaerd, diz que a realização da pesquisa tem como objetivo fundamental a transparência para que os catarinenses tenham real noção de quanto custa a Câmara da cidade onde vivem.

“Visa esclarecer ao cidadão de Santa Catarina quanto custa um vereador e como está a Câmara em relação a outras de cidades de mesmo porte”, explica Gevaerd.

Ele acredita que com base nesses dados, as pessoas poderão avaliar se é possível ou não o parlamento da sua cidade economizar.

“É um parâmetro para cobrar de vereadores mais economia, porque estamos numa crise. Digamos, tem setores muito mais importantes, como saúde, segurança e educação. Talvez uma economia do Legislativo possa significar maior aplicação de recursos nessa áreas”, avalia o diretor.

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