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Estudo aponta inflação de mais de 20% na cesta básica de Blumenau em 2022

No país, segundo o IBGE, a inflação foi de 5,79%

Fazer compras nos supermercados foi uma tarefa cara em 2022. Os preços dos produtos básicos – principalmente dos alimentos – subiu muito de janeiro a dezembro do ano passado e fez com que grande parte da população comprasse cada vez menos, mas gastasse cada vez mais.

Em Blumenau não foi diferente. Aliás, segundo estudo realizado por professores economistas do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), o aumento no preço da cesta básica na cidade foi bem acima da inflação nacional.

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontou uma inflação geral de 5,79% – levando em consideração toda a cadeia econômica, como alimentos, serviços, moradia, transporte e etc.

Se for considerar apenas alimentos e bebidas, dados do IBGE apontam que entre janeiro e dezembro de 2022 o aumento foi de 11,64% na média nacional. Já a pesquisa feita em Blumenau apresentou o dobro – um crescimento médio de 22,9% nos preços no mesmo período.

O estudo foi realizado mês a mês em três supermercados da cidade: Giassi, Koch e Bistek. Os pesquisadores consideraram apenas 37 itens básicos da cesta básica e sempre os preços mais baixos de cada um dos três estabelecimentos. Depois, somavam todos os três valores e dividiam por três, criando assim a média.

A primeira compra, em janeiro de 2022, apontou um valor médio de R$ 392,23. Já em dezembro a média foi de R$ 482,14, totalizando um aumento de 22,9%.

Vale destacar que a pesquisa abrangeu apenas os preços dos produtos no mercado e não itens como gás de cozinha, também importantes no dia a dia. Veja abaixo a lista de produtos pesquisados de janeiro a dezembro:

Absorvente – 16 unidades
Açúcar – quilo 1
Álcool – 1 litro
Alho – 1 quilo
Arroz – quilo 1
Banana – 1 quilo
Batata – 1 quilo
Café – 1 quilo
Cebola – 1 quilo
Cerveja – 1 lata
Coxão duro – 1 quilo
Coxão mole – 1 quilo
Detergente – 500 ml
Extrato de tomate – 310 gr
Farinha de mandioca – 1 k
Farinha de trigo – 1 quilo
Feijão – 1 quilo
Frango – 1 quilo peito
Fubá – 1 quilo
Laranja – 1 quilo
Leite integral – 1 litro
Macarrão – pacote 500 gr
Manteiga – 1 quilo
Margarina – 1 quilo
Muçarela – 1 quilo
Óleo de soja – 900 ml
Ovos – uma dúzia
Palha de aço – um pacote
Pão francês – 1 quilo
Papel higiênico – p 4 rolos
Sabão em pó – 1 quilo
Sabonete – uma unidade
Sal – 1 quilo
Salsicha – 1 quilo
Shampoo – 300 ml
Tomate – 1 quilo
Vinagre – 900 ml

 

Análise

O autor da pesquisa é o professor Edmundo Pozes da Silva, economista e pós-doutor em administração. Ele realiza o estudo desde 2010 – nos primeiros anos fazia no Paraná, onde morava na época e atualmente realiza em Blumenau.

Na avaliação dele, apesar de muito alta, a inflação em Blumenau poderia ter sido pior, não fossem as eleições.

“Os dados mostram claramente que de janeiro até o meio do ano os aumentos eram muito grandes e seguidos, por isso a expectativa até nacional de uma inflação como em 2021, batendo e ultrapassando 10%. Mas devido à eleição, o presidente anterior, pensando em reeleição, conseguiu em acordos com os empresários travar esses aumentos e até baixar  drasticamente o preço de alguns produtos. Isso é bem claro porque esse movimento começa em setembro”, explicou Edmundo.

Segundo ele, apesar de positivo para a população naquele período, isso pode ocasionar aumentos extravagantes nos próximos meses, como uma forma de recuperação do que foi travado no último quadrimestre.

“Na minha opinião, os aumentos durante o primeiro semestre tinham mais como motivação a lei de oferta e procura. Não era a guerra na Rússia, ou outra coisa. Os preços aumentavam e a população continuava comprando, então, não tem porquê não aumentar. Mas essa redução a partir de setembro também demonstrou que o governo pode sim interferir, só não o fez antes de setembro”, afirmou.

“Aliás, caberá agora ao novo presidente tentar sentar e conversar com os empresários para evitar que eles tentem repassar ao cliente final essa falta de aumento que aconteceu desde setembro”, completou.

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