“Eu quero trabalhar”, diz Egidio Ferrari (PL), prefeito eleito de Blumenau

Eleito com 51,40% dos votos, o atual deputado de Blumenau conversou com a reportagem do jornal O Município Blumenau

Eleito em primeiro turno com 95.075 votos, o próximo prefeito de Blumenau, Egidio Ferrari, conversou com a reportagem do jornal O Município Blumenau sobre as propostas e a expectativa para assumir o mandato no próximo ano.

Egidio explica que nos próximos dias a prefeitura passará pelo governo de transição, para entender como está o governo atualmente e para alinhar os pontos. “Queremos resolver de uma vez por todas a questão da falta de água que ainda são recorrentes algumas reclamações e a questão da saúde que não pode parar no fim do ano. Começamos no dia 1º de janeiro com as linhas de atuação na questão dos plantões, na urgência e emergência. Estamos entendendo tudo isso para que o serviço público continue e não ocorra nenhum prejuízo para população”, salienta.

O prefeito eleito também adianta que já no início do mandato quer encaminhar os estudos para a implantação da guarda municipal armada, que foi uma das promessas de campanha. A intenção é agilizar o estudo para colocar em prática o quanto antes, visto que será necessário a realização de concurso e treinamento dos agentes.

Já na educação, Egidio garante que continuará com as entregas dos kits de material e uniforme escolar, semelhante ao que é realizado pela atual administração municipal. “Não abrimos mão. Fui o único candidato que afirmou e firmou esse compromisso com a população e queremos fazer logo de início”, destaca.

Resultado das eleições

Egidio comenta que levantamentos internos indicavam a possibilidade de vitória nas eleições já em primeiro turno. “Trabalhamos para que isso acontecesse, mas com muito pé no chão. Se tivesse segundo turno, nós continuaríamos com o nosso trabalho. Durante toda a campanha, eu e a Maria Regina decidimos por apresentar propostas, sem ataques, sem ofensas, sem responder a ataques. Eu tenho certeza que isso foi crucial para as pessoas decidirem pelo candidato que tinha propostas e projetos para a cidade”, diz.

Segundo ele, vencer a eleição em primeiro turno trouxe um alívio para toda a equipe, além de possibilitar que no dia seguinte já fossem iniciados os trabalhos para a transição de governo.

Transição de governo

Egidio deve indicar três pessoas da equipe, além da própria Maria Regina, que atualmente é vice-prefeita de Blumenau e foi eleita na chapa com Egidio, para atuar na transição.

“Não teremos problemas na transição, já conversei com o prefeito Mário e com a Maria Regina já na segunda-feira após a eleição. A transição nada mais é do que entender como andam as questões do governo, como está o caixa, como estão os serviços, pegar os relatórios das secretarias e também a montagem e escolha do colegiado e cargos para iniciar o ano com tudo encaminhado”, pontua.

Sobre possíveis nomes para os cargos do alto escalão, Egidio afirma que já recebeu algumas indicações, mas afirma que analisará o currículo das pessoas. “Não tenho pressa em divulgar nomes. Estamos conversando com algumas pessoas, já tenho alguns profissionais em mente, mas é pouca coisa. Primeiro precisamos conversar e conhecer, para depois conversar com essas pessoas. É uma entrevista mesmo para entender o perfil, para ver se alinha com o que a gente entende e com o que queremos para cidade. Em novembro devemos ter a maioria dos nomes definidos”, frisa.

Trabalho com o Legislativo

Egidio deve ter a maioria dos vereadores eleitos na base do governo. Ele espera que haja harmonia entre o Executivo e o Legislativo. O prefeito eleito também comenta sobre a escolha para o novo nome que será o presidente da Câmara pelo próximo biênio.

“Eu entendo que eles precisam conversar e se acertar para ver quem é a melhor opção para a Mesa Diretora. Claro, que queremos muito que essa presidência esteja alinhada ao nosso governo, então se for um desses vereadores eleitos pela base, para nós será melhor. Mas, de qualquer forma, eu vou conversar muito com a Câmara como um todo, especialmente com a Mesa Diretora, pois nós precisamos desse alinhamento, sempre visando o bem comum, a qualidade do serviço e de vida das pessoas de Blumenau”, salienta.

Ele ainda pontua que a conversa e a relação com a Câmara de Vereadores é importantíssima e espera fazer isso de forma tranquila e republicana, sempre visando o bem comum.

Guarda armada

Uma das propostas de campanha de Egidio é a implantação da Guarda Municipal Armada. A ideia é contratar aproximadamente 50 agentes no primeiro concurso, o que resultaria em cerca de R$ 5 milhões por ano com folha de pagamento. “Armamento, viaturas e até mesmo o treinamento, eu consigo recurso com a Secretária Nacional de Segurança Pública. Até o ano passado, eles só poderiam repassar recursos para Polícia Civil, Militar, entre outros. Mas agora pode ser”, explica.

Segundo ele, para receber o recurso é necessário que a Guarda seja criada juridicamente, além de apresentar os projetos. “Esperamos que o município não precise arcar com esses recursos que seriam os mais caros, pois imagina comprar mais viaturas, o próprio armamento e o treinamento deles com todos os equipamentos. Depois será o custo com folha de pagamento”, diz.

Egídio acredita que não será possível concluir a contratação de todos esses novos servidores até o final do primeiro ano de mandato. Segundo ele, apenas o treinamento na Academia de Polícia, que será realizado em Florianópolis, pode levar de seis a oito meses. Ele cita que antes disso ainda é necessário toda a parte jurídica do projeto, para ser lançado os editais e a realização do concurso, com as provas. “Isso geralmente leva um ano. Então no ano que vem queremos trabalhar o orçamento para apresentar para o próximo ano e colocar em prática os novos agentes à disposição da comunidade”, explica.

Segundo ele, a Guarda Municipal é um modelo único e que existe em Florianópolis, Joinville, Balneário Camboriú, entre outros municípios. No entanto, ele pretende estudar se a atual Guarda de Trânsito poderá atuar como uma Guarda Municipal.

“Mas eu já sei que a gente não pode armar esses agentes de trânsito, é outra coisa. Talvez a gente consiga utilizar essa estrutura existente, mas fazer concurso para os novos integrantes, aqueles que terão treinamento de Polícia. Eu quero estudar juridicamente, até para que não seja feito algo que depois caia e não dê certo. Hoje temos agentes e já se chama Guarda de Trânsito, o que acontece é a atribuição do cargo, que hoje são Agentes de Trânsito e não Guardas Municipais. Eles poderiam ser reconhecidos como Guardas Municipais não armados, para os armados teria que ser um concurso específico para essa função. Teríamos os agentes que vão cuidar do trânsito e os que vão cuidar da segurança”, explica.

Recursos para Blumenau

Com a saída da Alesc, Egidio será substituído por um suplente do PRD (fusão entre o PTB e o Patriotas), antigo partido ao qual era filiado. Quem entra no lugar dele é Junior Cardoso, atual vice-prefeito de Camboriú. O prefeito eleito enfatiza que a Bancada do Vale do Itajaí não sairá perdendo, visto que a região continuará sendo representada.

Ele ainda destaca que como deputado tem cerca de R$ 10 milhões por ano para repassar aos municípios e não apenas para Blumenau. “Eu tive votos em 225 municípios, eu preciso dividir isso pelo estado. Se for dividir, tendo Blumenau como a maior cidade, não sei se eu conseguiria deixar R$ 3 milhões por ano. Como prefeito do governador, só o Sesi foram R$ 30 milhões, só a Torre do Hospital Santo Antônio mais de R$ 60 milhões. O valor dos R$ 5 milhões para o Sesi foi a bancada que decidiu”, explica.

Ele ainda destaca que Blumenau será representada pelos colegas da Alesc: Ivan Naatz (PL), Marcos da Rosa (União) e Napoleão Bernardes (PSD). “Vejo que a minha importância para Blumenau como prefeito será muito melhor, tenho certeza que com o alinhamento eu consigo trazer muito mais recursos, pois hoje, com certeza, já sou o prefeito de maior representatividade para o governador. Blumenau é a maior cidade que o PL fez prefeitura”, frisa.

Proximidade com o governador Jorginho Mello

Egidio acredita que o bom relacionamento que tem com o governador Jorginho Mello (PL) renderá bons frutos para Blumenau. Ele diz que prova disso é o convite que recebeu do próprio governador para disputar a Prefeitura de Blumenau nas Eleições de 2024.

“Na época eu disse para ele que nós temos um compromisso com Blumenau e ele disse que ‘quer ser o governador de Blumenau, pode contar comigo’. Ele já tem demonstrado essa parceria com o prefeito Mário e pode ter certeza que ele vai continuar com essa relação de proximidade e confiança”, destaca.

Questionado sobre uma próxima eleição, Egidio afirma que é muito cedo para pensar nisso. “Eu quero trabalhar, estou mais ansioso para assumir do que pela eleição. Estou ansioso para começar a trabalhar, colocar em prática as ideias, ir para a rua ouvir as pessoas e começar a entregar. O poder Executivo se diferencia muito do Legislativo nesse sentido das entregas. O deputado traz o recurso, ele pede, mas é o prefeito que decide onde colocar e o que executar”, destaca.

Além disso, ele frisa que quer trabalhar durante todo o período de mandato. “Falei na campanha e reafirmo agora: quero trabalhar nos 4 anos, isso eu não abro mão”.

Maria Regina

Egidio enaltece a atuação de Maria Regina, atual vice-prefeita de Blumenau e que foi eleita na chapa com ele para o mandato dos próximos quatro anos. Ele reconhece que o prefeito Mário a coloca em destaque e que pretende fazer o mesmo.

“Eu vejo um grande potencial, um conhecimento administrativo e de gestão, não só na área da saúde, que é a principal área de atuação dela, mas em toda a estrutura. Fala de Blumenau e ela conhece cada canto. Quero poder contar com o conhecimento dela e trabalhar junto. Quero fazer um governo em conjunto com ela com toda certeza”, destaca.

Apoio político

Egidio enfatiza que não há promessa de cargos aos oito partidos que formaram a coligação Proteger e Servir. “Já tenho conversado com lideranças políticas dos partidos. Não há nada prometido, então ninguém está cobrando nada. Mas não vejo problema algum em receber indicações, não vai importar se é do partido ou da pessoa, desde que essa indicação tenha currículo necessário para isso”, destaca.

Ele diz que tem alguns nomes em mente, mas que nas próximas semanas deve começar a divulgar os escolhidos para o secretariado. “Vamos para a transição e aí eu começo a entender o perfil de cada pessoa para cada segmento e área do governo”, explica.

Avaliação do governo Mário

“O governo Mário, inclusive, de acordo com as pesquisas, tem aprovação superior a 70%. Eu vejo que teve muitas entregas, muitas obras e isso se evidenciou na campanha. O prefeito Mário me apoiou, pediu voto e fez campanha e o conjunto de fatores ajudou na eleição”, avalia.

Egidio afirma que é preciso ter a responsabilidade para continuar os projetos que dão certo. “Veja onde foram as maiores votações: no Testo Salto eu bati 60%, na Itoupava Central foi 57%, na região Norte inteira, onde estão grandes obras”, finaliza.

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